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CBOLÃO: campeonato nada convencional de LoL arrecada R$ 110 mil a hospital

CBOLÃO: imagem do campeonato de League of Legend na CCXP Imagem: Divulgação

Arthur Eloi

Colaboração para Splash, em São Paulo

18/12/2024 19h00

Parecia uma festa! Havia telões de cores vibrantes, música eletrônica, bateria de torcida organizada e até mesmo um mascote dançante vestido de cebola gigante. Esse foi o clima do CBOLÃO, um campeonato nada convencional de "League of Legends".

O evento aconteceu no último dia 8, na CCXP 24, em São Paulo, e reuniu centenas de pessoas na arena de games do evento. Além de empolgar o público, o evento teve um objetivo muito nobre: arrecadar dinheiro para a rede Hospital de Amor, instituição pioneira no tratamento e luta contra o câncer no Brasil.

Essa não é a primeira edição do torneio beneficente, que arrecadou nesta edição mais de R$113 mil em doações. Idealizado por Gustavo "Baiano" Gomes, ex-jogador profissional e streamer de "League of Legends", o evento sempre teve esse viés humanitário, tendo surgido em 2020, durante a pandemia da covid-19, para ajudar no combate ao vírus.

CBOLÃO: imagem do campeonato de League of Legend na CCXP Imagem: Divulgação

Ao mesmo tempo, o streamer queria criar algo diferente dos campeonatos oficiais, com foco em divertir durante os momentos sombrios do isolamento social. "A ideia surgiu primeiramente em um momento em que a comunidade precisava muito", falou Baiano em entrevista para Splash.

Eu sentia que a comunidade ainda queria assistir algo, então fui tirando a veia do 'oficial', do 'formal', para criar algo que seja um campeonato competitivo, mas que também tenha entretenimento. Tem muita gente que gosta do nicho de competição e quem vai levantar o troféu, mas ao redor disso tem várias histórias, de pessoas e times, então queria abrir uma janela para contar essas histórias. O CBOLÃO é isso: contar todos os tipos de narrativas da comunidade, além de só levantar o troféu no final.

Impacto na vida das pessoas

CBOLÃO: imagem do campeonato de League of Legend na CCXP Imagem: Divulgação

Com sete edições, sendo apenas duas presenciais, as contribuições do CBOLÃO são palpáveis, segundo o organizador. "Hoje já temos mais de R$1 milhão arrecadados e, no momento crucial da pandemia, quando faltava máscaras e oxigênio para as pessoas, a conseguimos contribuir com R$ 200 mil, R$ 400 mil, R$ 500 mil. A comunidade sente isso. Hoje, sem casos mais urgentes, somos parceiros do Hospital do Amor, que era o Hospital de Câncer de Barretos."

Sempre tentamos nos juntar a organizações e ONGs sérias, que salvam vidas e têm a mesma ideia que a gente, e é mágico ver a comunidade vindo junto. Todo CBOLÃO é batendo recorde, arrecadando mais, e depois gravamos um vídeo com a galera que foi beneficiada por isso. Já ajudamos a causa de pets também, em 2023.

Os beneficiados, claro, se mostram muito gratos ao esforço do streamer e da comunidade do game. É o caso de Guilherme Alvarez, 37, que assistiu ao campeonato na CCXP e tem ligação direta com a causa do evento. "Eu fui paciente e, hoje, faço acompanhamento no Hospital do Amor, em Barretos, desde os meus 16 anos. Já se passaram mais de 20 anos. Isso que eles fazem aqui é muito maior do que só um jogo", afirmou. "O pessoal vibra com os jogadores e acompanha, mas cada doação é muito importante. O CBOLÃO é doação para a vida, eles estão ajudando milhares de pessoas."

Aos 16 anos, o rapaz passou por uma delicada cirurgia para remover um tumor na coluna cervical, em um procedimento de alto risco que lhe deixou sequelas. Por conta disso, é eternamente grato ao Hospital do Amor e, por ser jogador de "League of Legends" desde 2011, valoriza o enorme apoio que o campeonato dá à causa. "Hoje, estou bem e faço acompanhamento por lá há 20 anos, sou muito grato e abençoado de poder ter feito algo tão grave e estar bem, e isso só foi possível porque as pessoas ajudam e doam", falou.

Caridade e entretenimento

O CBOLÃO também é altamente divertido de assistir, mesmo para quem sequer entende muito de "League of Legends" e da cena competitiva. Diferente de outros campeonatos, aqui as regras criam partidas mais descontraídas, que comportam tanto jogadores profissionais quanto fãs empenhados. Há times, por exemplo, que precisam se comprometer com apenas um personagem por jogador, em vez de alternar a cada partida, como é a norma.

É uma competição muito voltada para o entretenimento, então eu crio regras pontuais que fazem com que o entretenimento aconteça. Todo mundo quer ganhar, a competição é muito forte, e eu crio regras para nivelar um streamer com um jogador profissional. Se não tivesse essas regras, não teria graça nenhuma e ninguém iria assistir, então a genialidade é criar isso para ficar nivelado. Aí o jogo é jogado, o pessoal vai para cima, se anima mais, tira a camisa, chora e cria essa competição toda que todo mundo gosta de assistir. Baiano

A ideia do streamer deu certo, já que o campeonato se mantém firme e forte por sete edições, tendo lotado a arena da CCXP 24 e ainda sido prestigiado por mais de 90 mil espectadores em casa, graças à transmissão na internet. Dessa forma, o CBOLÃO consegue cativar os fãs da cena competitiva de "League of Legends" e o público mais casual, com todos em prol de uma causa importante.

CBOLÃO: imagem do campeonato de League of Legend na CCXP Imagem: Divulgação

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