Nua e crua: Demi Moore 'mistura própria vida com ficção' em 'Substância'

Aos 62 anos, Demi Moore se tornou destaque ao protagonizar "A Substância", filme escrito e dirigido por Coralie Fargeat. Presente na pré-lista de indicados ao Oscar, a produção pode ser responsável por render uma estatueta dourada à atriz.

Enquanto os brasileiros torcem por Fernanda Torres, Moore também é uma forte candidata ao prêmio de melhor atriz. "Acho que Demi Morre é uma indicada forte, sim. Tanto pela narrativa que o Oscar gosta, porque, recentemente, ela foi muito criticada pelos procedimentos que estava fazendo. Só a coragem dela de misturar a própria vida com a ficção já levanta as orelhinhas dos votantes da academia", opina Flávia Guerra no Plano Geral desta semana.

No longa, a atriz interpreta uma apresentadora de um programa fitness, que, ao completar 50 anos, é demitida por não se encaixar mais nos padrões de beleza. Diante de sua revolta, a personagem recorre a meios extremos para conseguir se tornar sua melhor versão.

Eu acho que o filme traz essa loucura toda, essa coisa escatológica, nojenta, de propósito, para que a gente fique... 'Meu Deus do céu, o que estamos vendo? É para esse lugar que nós vamos? Vitor Búrigo

Na visão de Flávia Guerra, "A Substância" ainda tem potencial para receber uma indicação para roteiro original. "Ele não é um filme de pauta, não é discursivo, que fica te dando liçãozinha, palestrinha sobre tudo o que nós estamos falando. Quem traz tudo isso somos nós, o espectador, depois que assiste. O filme não", diz.

'Destaque que pode se tornar azarão'

Assim como "Ainda Estou Aqui", o filme iraniano "A Semente do Fruto Sagrado" se mantém na disputa para ser um dos cinco indicados de melhor filme estrangeiro do Oscar 2025. Coprodução entre Irã, Alemanha e França, o longa-metragem foi inscrito e selecionado pelo país germânico.

Para Flávia Guerra, se o filme de Walter Salles não estivesse na disputa pela estatueta, esta seria a produção pela qual ela torceria. "É um filme belíssimo, lindo, cinematograficamente relevante, politicamente, para o momento do mundo, para a força das mulheres", diz.

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Dirigido por Mohammad Rasoulof, o filme retrata a história de uma jovem em meio a uma agitação política em Teerã. "O Irã está explodindo, está em ebulição, as mulheres estão indo à rua depois daquele incidente horroroso, infelizmente real, que leva a jovem até a morte, porque não estava usando corretamente o hijab", explica Flávia.

É um filme que passeia por vários gêneros, é um filme belíssimo. Eu espero que ele esteja nessa lista de finalistas [do Oscar]. Flávia Guerra

Apesar do destaque que "Ainda Estou Aqui" e "Emilia Perez" estão tendo, o longa iraniano pode ser um azarão. "Eu estou desde maio gritando, enchendo o saco das pessoas, de que eu teria dado a Palma de Ouro para esse filme, apesar de adorar 'Anora'. Acho um absurdo como esse filme não estava lá", completa a jornalista.

'Impecável, mas não inédito'

Inspirado no conto de Drácula, uma nova refilmagem de "Nosferatu" chegará no dia 2 de janeiro. Desta vez, a produção será dirigida por Robert Eggers, o mesmo responsável por "A Bruxa" (2015) e "O Farol" (2019).

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Mesmo sem ter assistido ao novo filme, Vitor acredita que diretores como Eggers levam muito de sua marca para todos os filmes que produzem. "Eu acho que é muito interessante ver nomes que chegam e você fala: 'esse filme é dessa pessoa'. Então, já vimos 'A Bruxa", "O Farol', já vimos muitas das suas características", afirma.

No entanto, carregar as características do diretor foi algo que incomodou Flávia Guerra — que assistiu ao filme na pré-estreia realizada em Los Angeles, EUA. "Eu gosto do filme, mas não acho uma obra-prima, não acho incrível, eu gosto, mas essa sou eu com Eggers", diz. "Acho que esse filme tem a mesma característica que 'O Farol', ele é muito estilizado, é muita trilha, que chega a me irritar. Se eu estivesse vendo sozinha no cinema, eu abaixaria um pouco, porque ela é muito alta".

O filme é impecável, mas eu não acho que ele traz algo de nova a essa história. Eu acho que ele é uma boa refilmagem, é bom atualizar os clássicos de tempos em tempos, mas o meu preferido ainda é 'Nosferatu' do Werner Herzog dos anos 1970. Amo do Murnau e também 'Drácula' de Bram Stoker, acho que é uma obra à parte. Flávia Guerra

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