Roteirista de 'Senhor dos Anéis' defende protagonista mulher em novo filme
"O Senhor dos Anéis: A Guerra dos Rohirrim", que chegou aos cinemas brasileiros no começo de dezembro, aborda a história de Rohan, o reino de guerreiros cavaleiros com aparência viking, que se destacaram no filme de Peter Jackson de 2002 "O Senhor dos Anéis: As Duas Torres".
O novo longa é um anime que se inicia com o lorde Freca conspirando para casar seu filho com a princesa Hera, a filha do rei de Rohan. Quando o monarca rejeita a oferta, Freca se rebela contra o trono, mas é abatido. Exilado, o filho promove uma rebelião que desencadeia uma guerra catastrófica no reino. No entanto, Hera é obrigada a liderar seu povo à sobrevivência quando o rei é derrotado.
Diferente do que acontece nas trilogias de "O Senhor dos Anéis" e de "O Hobbit", o autor R. R. Tolkien não foi 100% o responsável pela criação da personagem principal. Ao contrário: ela apenas aparece em apêndices escritos no terceiro livro da série. Para encontrar, procure por: apêndices, apêndice A: Anais dos Reis e Governantes, II A Casa de Eorl.
Phillipa Boyens, roteirista que também participou das trilogias de "O Senhor dos Anéis" e "O Hobbit" e é produtora de "O Senhor dos Anéis: A Guerra dos Rohirrim", é a grande responsável por dar vida e nome a Hera. Em entrevista a Splash, ela conta ter ficado fascinada pela ideia de expandir esta "personagem misteriosa", que testemunha e conecta os vários heróis, vilões e batalhas do novo filme.
Foi ideia minha não necessariamente fazer um filme de animação, mas contar essa história em particular. Uma vez que decidimos que seria um anime, essa história surgiu na minha mente bem rápido. Criamos a trama a partir de poucos apêndices e pensando em uma maneira que funcione em filme.
Phillipa Boyens, em entrevista a Splash
Boyens se diz emocionada por poder levar Hera aos holofotes da saga. "Ela é uma personagem muito interessante por si só. Não é só porque ela é uma mulher, mas também por conta dos eventos que aconteceram com ela. Normalmente, a recompensa do herói é ganhar o trono, mas ela tem uma história muito diferente. Hera ganha sua liberdade e isso é muito bonito."
Outro ponto que chama atenção em "O Senhor dos Anéis: A Guerra dos Rohirrim" é o estilo em anime. "Eu nunca fiz um filme de anime, no máximo, assistia com meus filhos. No processo, aprendi que, por ser desenhado à mão, há um tipo de realismo nessa animação, que eu tinha um instinto que funcionaria dentro dessa cultura guerreira dos Rohirrim."
O longa é dirigido por Kenji Kamiyama, que trabalhou em versões animadas de "Guerra nas Estrelas" e "Blade Runner". Peter Jackson atuou como produtor executivo, mas "se afastou" do trabalho diário, incentivando Kamiyama a colocar sua marca de anime.
Em entrevista a Splash, Jackson contou ser fã da saga e afirmou ter sentido uma grande responsabilidade em cuidar da nova produção. "Por ser um grande entusiasta da história, entendo qual o tipo de coisa pode ser atraente para os fãs. Mas, é claro, há muitos fãs que sabem tudo sobre 'O Senhor dos Anéis' e sobre todo o universo, então fiquei animado com a possibilidade de poder criar em cima desta história, mas também sinto uma grande responsabilidade."
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