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Robinson Monteiro: 'Eu fui barrado na Globo por ser calouro do Raul Gil'

De Splash, em São Paulo

23/12/2024 05h30

Robinson Monteiro, 49, parou o Brasil no início dos anos 2000 com suas apresentações no Programa Raul Gil (Record). Apelidado de "Anjo" pelos cabelos cacheados e olhos azuis, o cantor encantou o país com seu vozeirão, venceu o quadro de Calouros da atração e rodou o país com sucessos como "Pra Sempre Vou Te Amar".

Com exclusividade ao Splash Encontra, o cantor relembrou os primeiros passos no mundo da música, como lidou com a fama repentina na vida, a decisão de trocar o pop pelo gospel e revelou que chegou a ser barrado na Globo pela fama de calouro de Raul Gil.

Fui barrado de cantar na Globo por causa que eu era calouro do Raul Gil. O pessoal da gravadora da Warner disse uma vez que a produção do Jô Soares não deixou eu cantar no programa, cantar e nem dar entrevistar, porque não tinha uma história. É uma ferida.
Robinson Monteiro

O que Robinson Monteiro disse?

Família engajada com a música na igreja evangélica foi a porta de entrada de Robinson Monteiro. "Toda vez que meu pai estava ensaiando com a minha mãe, eu colava neles e queria cantar junto e queria fazer parte do momento do louvor. Meu pai começava: 'Robinho, faz a nota' e puxava as notas. Eu e a Kátia, minha irmã, cantávamos em dueto".

Um dia a Kátia acordou e não queria cantar no culto, mas eu queria cantar. O pastor chamou a Kátia para cantar e Kátia não foi. Aí falou: 'vem Robinho', eu fui e cantei. Acho que desde pequeno eu sempre tive essa afinidade com a música. Sempre me comuniquei muito com a música, com a arte.

Artista cogitou se tornar advogado antes de fazer sucesso como cantor. "Por eu vir de uma família simples, não tinha esse negócio de sonhar. Você tinha que lutar, batalhar. Logo cedo, comecei a trabalhar como office boy e depois eu fui trabalhar na Caixa Econômica. Nisso, eu sempre envolvido com as músicas, com o louvor da igreja. Sempre dedicava a maior parte do tempo cantando na igreja, mas se eu não fosse cantor, eu ia ser advogado."

CD independente não foi aceito em rádio evangélica, mas foi porta de entrada para o Programa Raul Gil. "Eu havia gravado um CD de pequena produção, um CD que não tocava em lugar nenhum, e um dia eu bati na porta de uma rádio evangélica pedindo para tocar o meu CD. O dono da rádio não quis tocar e voltei para casa muito chateado. Minha tia Augusta, irmã do meu pai, falou: 'Robinho, por que você não vai lá no Raul Gil? Quem sabe Deus não muda sua história'".

A história do Raul Gil foi essa, né? Eu voltei de uma frustração de uma porta fechada e minha tia falou: 'vai no Raul Gil, canta um hino seu, quem sabe Deus não muda a história'. Sou grato a minha tia e minha família. Eles acreditavam em mim.

Entrada no Programa Raul Gil foi um choque por ser um 'cantor de igreja'. "Lá tinha cantores de banda, cantores profissionais e eu era cantor da igreja. Era uma afronta, mas sabe o que aprendi? Tem coisas que Deus olha e nos dá o quê? Graça. Ele olha para você e fala assim: olha, cê pode até não ser o melhor, mas eu vou te dar graça'. É por causa desta graça que eles vão te amar".

A maturidade me deu vergonha na cara pra estudar. Lá não podia errar, você tinha que ir lá e cantar. Graças a Deus, eu sempre estudei muito o que eu gosto de cantar. Cantar Whitney pra mim sempre foi muito bom.

Após vencer o quadro do Programa Raul Gil, Robinson Monteiro sofreu para aceitar as exigências sobre looks e comportamentos para ser o "anjinho". "Comecei a entender que não era só música. Eu me tornei um produto e esse produto precisava ser vendido... Aquela imagem começou a ser o meu fardo. Eu tinha que ficar com o cavanhaque, com aquele cabelo daquele jeito. Comecei a amadurecer e comecei a ver, mas eu poderia melhorar aqui? Isso começou a me deixar chateado."

Rótulo de "calouro" impediu Robinson Monteiro de cantar na Globo. "Fui barrado de cantar na Globo por ser calouro do Raul Gil. O pessoal da gravadora da Warner disse uma vez que a produção do Jô Soares não deixou eu cantar no programa, cantar e nem dar entrevistar, porque não tinha uma história interessante para o programa. É uma ferida, começou a vir as rejeições."

Robinson Monteiro conta ter testemunho de milagres graças ao seu dom da música. "A música ela tem um poder de influência muito grande. Quando eu gravei a canção "É Preciso Acreditar", fui fazer um show numa cidade e tinha uma moça que estava com câncer. Ela foi curada me ouvindo cantando, eu tenho esse testemunho. Teve uma que tinha problema nos tímpanos e na hora que eu cantei, ela teve um estralo e voltou a ouvir. Eu vivi isso na minha vida."

Dinheiro e fama conquistado no Programa Raul Gil rendeu pé de meia para o artista. "Comprei uma casa e dei para minha mãe, porque ela vivia de favor na casa da sogra. Comprei meu carro, comprei minhas coisas, a gente vive muito bem, graças a Deus, né? Gostaria de viver melhor, porque é sobre isso o dinheiro, né? Pra você poder ajudar o próximo e poder fazer o melhor."

Robinson Monteiro planeja lançamento de EP com canções antigas. "Tô trabalhando uma música nova pra lançar nas plataformas digitais e um EP quero fazer com canções antigas."

*** Entrevista completa está disponível no player acima e no canal do YouTube de Splash. O Splash Encontra já conversou com personalidade como Sônia Lima, Felipe Folgosi, Chiquinho, ex-assistente de palco da Eliana, Jackeline Petkovic e Dani Souza, a eterna Mulher Samambaia do Pânico na TV.

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