'Colocou arma na minha cabeça': Roberta Miranda relata estupro e aborto
De Splash, em São Paulo
24/12/2024 16h51
Roberta Miranda, 68, relata que foi estuprada aos 16 anos e que engravidou em decorrência do crime. Ela desabafa sobre o caso na autobiografia "Um Lugar Todinho Meu", lançada neste mês de dezembro.
Eu tive o desgosto de cair nas graças de um playboy da pior espécie, que se divertia em causar mal às pessoas. Um beberrão, que andava armado e tocava o terror nas festinhas, bares e até prostíbulos
Roberta Miranda em 'Um Lugar Todinho Meu'
O que aconteceu
Cantora diz que sofreu ameaças durante estupro. "Esse sujeito detestável me estuprou, e, aos 16 anos, engravidei por conta desse abuso, com uma arma apontada para minha cabeça. Bobinha do jeito que eu era, demorei três meses para perceber que estava esperando um bebê."
Ela relata ter levado um "chute na barriga" durante o quinto mês de gestação. "Quando soube que seria pai, o maldito se revoltou e achou por bem resolver o 'problema' da única forma que ele sabia: com violência."
Acostumado a literalmente quebrar tudo, me largou no chão morta de dor e foi embora perturbar outras coitadas. Tentei dormir me contorcendo e, claro, não preguei o olho. A dor física realmente passou, mas fui acometida por outra muito mais dura. Não sei se provocado pela medicação ou pelo chute, meu bebê foi expelido.
Roberta Miranda
Como denunciar violência contra a mulher
Mulheres que passaram ou estejam passando por situação de violência, seja física, psicológica ou sexual, podem ligar para o número 180, a Central de Atendimento à Mulher. Funciona em todo o país e no exterior, 24 horas por dia. A ligação é gratuita. O serviço recebe denúncias e faz encaminhamento para serviços de proteção e auxílio psicológico. O contato também pode ser feito pelo WhatsApp no número (61) 9610-0180.
Mulheres vítimas de estupro podem buscar os hospitais de referência em atendimento para violência sexual, para tomar medicação de prevenção de ISTs (infecções sexualmente transmissíveis), ter atendimento psicológico e fazer interrupção da gestação legalmente.
Se houver intuito de denunciar, a orientação é buscar uma delegacia especializada em atendimento a mulheres. Caso não haja essa possibilidade, os registros podem ser feitos em delegacias comuns.