Ney Latorraca morre aos 80 anos após agravamento de câncer
De Splash, em São Paulo
26/12/2024 07h54Atualizada em 26/12/2024 14h41
O ator Ney Latorraca morreu aos 80 anos às 6h22 desta quinta-feira (26). A informação foi confirmada a Splash pela Clínica São Vicente da Gávea, no Rio de Janeiro, onde ele estava internado há seis dias.
A causa da morte foi uma sepse pulmonar após o agravamento do câncer de próstata, com o qual foi diagnosticado em 2019. Ao receber o primeiro diagnóstico, Ney passou por uma cirurgia de remoção da próstata. A doença voltou em agosto deste ano, já com metástase. Houve o tratamento inicial, porém sem sucesso.
Ney será velado no Rio na sexta-feira (27). Cerimônia vai acontecer das 10h30 às 13h30, no Theatro Municipal, na Cinelândia. Na sequência, às 15h, o corpo será levado para a cremação.
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Carreira
Antonio Ney Latorraca nasceu em Santos, São Paulo, no dia 25 de julho de 1944. Era filho de artistas, Alfredo, cantor e crooner de boates, e Tomaza, corista.
Com apenas 6 anos, fez participações na Rádio Record. Aos 19, passou em seu primeiro teste e fez "Pluft, o Fantasminha", de Maria Clara Machado.
Durante a década de 1970, atuou em vários espetáculos, entre eles: "Hair" (1970), "Jesus Cristo Superstar" (1972), "Bodas de Sangue" (1973) e "A Mandrágora" (1975).
Paralelo à carreira de ator, trabalhou em loja de roupa feminina, foi vendedor de pedras semipreciosas e funcionário de um banco.
Ney Latorraca passou pela TV Tupi, TV Cultura, depois pela TV Record, onde trabalhou por cinco anos.
Ida para a Globo
Sua estreia na TV Globo aconteceu em 1975 na novela "Escalada", onde interpretou Felipe, que não falava. "Ele só balançava a cabeça. E o que aconteceu? Um mês depois que a novela estreou, o personagem fazia tanto sucesso que todo mundo queria saber quem era aquela pessoa jogada pelos cantos, muda", disse Ney ao Memória Globo.
Depois do sucesso como Felipe, Ney assinou um contrato de dois anos com a emissora. Emendou com "Estúpido Cupido" (1976), como Mederiquis. Aos 33 anos, Ney viveu um adolescente de 17, que só se vestia de preto e pilotava a lambreta Brigite.
Em 1984, atuou em "Anarquistas, Graças a Deus", uma de suas minisséries preferidas. "Eu fiz um baita sucesso, fui capa de todas as revistas. Todo mundo amava", disse ele.
Além das diversas novelas, minisséries e também filmes no cinema, experimentou um exercício diferente com "TV Pirata", em que encarnava Barbosa.
Era um velho tarado, de cabeça branca, com um pouco de bico. Mas eu comecei a aumentar o bico, tanto que, meses depois, só dava Barbosa e todo mundo imitava. Foi um baita sucesso. Ney Latorraca ao Memória Globo
Em 1986 estreou, com Marco Nanini, o maior sucesso do teatro brasileiro, "O Mistério de Irma Vap" que permaneceu mais de 11 anos em cartaz.
Em 1990, Ney foi para o SBT, onde atuou na novela "Brasileiras e Brasileiros". Já em 1991, ele retornou para a Globo e fez sucesso em "Vamp" — novela que só aceitou atuar porque, inicialmente, faria apenas nove capítulos.
A última novela na Globo foi "Negócio da China" (2008). Depois, fez uma participação especial de "Meu Pedacinho de Chão" (2014).
Seu último trabalho foi em "Cine Holliúde" (2019), cinco anos após anunciar que se aposentaria. "Está na hora de eu parar. Não quero mostrar minha decrepitude. Quero ficar em casa, descansar, viajar", disse em coletiva de imprensa.
Ney Latorraca deixa o marido, o ator Edi Botelho, com quem era casado há 30 anos. Discreto, o casal chegou a trabalhar junto em algumas peças.