José Padilha: Prêmio de Fernanda Torres bate de frente com Hollywood
A consagração de Fernanda Torres, que ganhou o prêmio de melhor atriz de drama no Globo de Ouro, não é considerada uma surpresa e bate de frente com a indústria de Hollywood, opinou o cineasta e roteirista José Padilha no UOL News, do Canal UOL, nesta segunda-feira (6).
Para mim, [a vitória] não é surpresa porque o filme tem uma qualidade brutal e uma atuação primorosa de Fernanda. José Padilha, comentarista do UOL
Fernanda Torres venceu o prêmio de melhor atriz de drama no Globo de Ouro 2025 ao interpretar a personagem Eunice Paiva no filme "Ainda Estou Aqui", de Walter Salles. O longa é baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, publicado em 2015, e narra a história da mãe do escritor, que enfrenta a violência do regime militar depois da prisão e do desaparecimento do marido, o deputado cassado Rubens Paiva (Selton Mello), no início dos anos 1970.
Ao Canal UOL, Padilha —conhecido por produções como "Narcos" e "Tropa de Elite"— elogiou a performance de Fernanda e disse que a vitória pertence a "melhor atriz", e não a "quem tem mais influência ou seguidores nas redes sociais".
Eu achava que, atuação por atuação, olhando para todas as concorrentes da Fernanda, ela teve a melhor atuação. E eu acho que essa vitória do filme da Fernanda é também uma vitória da arte.
Outro dia Alice Braga escreveu em seu blog, na internet, que aqui, em Hollydwood, os estúdios estão contratando quem tem mais seguidor, quem tem mais influência na web. Então é o ator que tem mais gente que segue ele. Não é o melhor ator. Não é o ator que estudou atuação, que tem uma grande capacidade de interpretar uma personagem como a Fernanda tem. E a vitória da Fernanda, de uma certa maneira, é uma vitória da capacidade de um ator.
Não é a atriz mais famosa que estava concorrendo ao prêmio, ela só é a 'melhor atriz', ganhou a melhor atriz. E isso, para mim, tem um valor enorme. José Padilha, comentarista do UOL
Padilha: 'Filme será indicado ao Oscar'
Para o cineasta, o filme "Ainda Estou Aqui" e a protagonista Fernanda Torres têm grandes chances de serem indicados ao Oscar —os indicados serão anunciados no próximo dia 17 de janeiro, e a premiação, realizada no dia 2 de março.
O cinema brasileiro tem ótimos filmes que as pessoas não veem fora, porque é em português. Existe uma barreira para a cultura brasileira. Se você fala espanhol é muito mais fácil do que falando português. Há uma barreira da linguagem. O que eu percebo aqui no meu trabalho? Para mim, é muito mais fácil fazer um filme bilíngue, como foi o Narcos, por exemplo.
Mas eu acho que está tendo uma mudança, uma virada aqui em Hollywood. Cada vez mais a gente está vendo filmes que não são em inglês terem sucesso em premiações [americanas] e serem vistos. Tem os filmes coreanos que foram muito premiados no Oscar.
Eu acho que essa mudança que a gente está tendo facilita a [quebra da barreira da] linguagem. Eu acho que isso ajuda o filme [Ainda Estou Aqui] na possibilidade de ele ser indicado ao Oscar, ajuda a Fernanda na possibilidade de ela ser indicada ao Oscar. Eu acho que o filme do Walter [Salles] será indicado. E eu torço muito [para isso acontecer]. José Padilha, comentarista do UOL
Sakamoto: 'Filme é lembrete de que golpes não podem ser anistiados'
Durante o UOL News, o colunista Leonardo Sakamoto disse que a luta da personagem interpretada por Fernanda é um lembrete de que golpes não podem ser esquecidos.
A espetacular vitória da Fernanda Torres não é apenas a consagração de uma excepcional interpretação num baita filme dirigido pelo Walter Salles... A luta que ela [Fernanda] traz, a luta que ela encena, que ela interpreta, é um lembrete ao que é comum do que acontece a vida cotidiana quando golpes de estados têm sucesso. E por isso, não podem ser esquecidos, não podem ser perdoados, não podem ser anistiados. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL
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