Quais outras brasileiras já venceram os prêmios mais importantes do cinema?
Fernanda Torres se tornou neste domingo (5) a primeira brasileira a vencer um Globo de Ouro em categoria de atuação, por sua interpretação de Eunice Paiva, esposa do ex-deputado Rubens Paiva, em "Ainda Estou Aqui".
O Brasil lá fora
O cenário do cinema internacional sempre foi muito disputado, mas apenas há poucos anos as grandes premiações se tornaram mais diversas. Fernanda também foi a primeira brasileira a vencer, em 1986, com o filme de Arnaldo Jabor "Eu Sei Que Vou Te Amar", o prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes —considerado um dos cinco grandes festivais internacionais de cinema, ao lado do canadense TIFF, do americano Sundance, da alemã Berlinale e do italiano Festival de Veneza.
O circuito de prestígio ainda inclui também o César ("Oscar francês"), os americanos Globo de Ouro e Oscar, além do britânico BAFTA. Neste último, Sônia Braga tem indicações, mas nunca levou a estatueta. Já nos outros, o Brasil nunca conquistou um prêmio de atuação —a exceção é o novíssimo triunfo de Fernanda Torres.
As outras atrizes que já brilharam nos grandes prêmios
Fernanda Montenegro
A mãe de Fernanda Torres ganhou o Urso de Prata de melhor atriz do Festival Internacional de Berlim, a Berlinale, por "Central do Brasil" em 1998. No entanto, ela acumula outros diversos triunfos em premiações menores, além de duas indicações inesquecíveis para o público brasileiro: as de melhor atriz no Globo de Ouro e no Oscar, pelo mesmo filme de Walter Salles.
Em 2013, a "Fernandona" levou um Emmy (o Oscar da tevê americana) pelo especial "Doce de Mãe" da TV Globo. Já em 2024, ela foi parar no Guinness World Records, a instituição que publica o Livro dos Recordes, após bater recorde de maior público em uma leitura filosófica no mundo. Ela leu "A Cerimônia do Adeus", de Simone de Beauvoir, para uma plateia de mais de 15 mil pessoas em São Paulo em agosto.
Sandra Corveloni
A paulistana veterana do teatro venceu a Palma de Ouro pela melhor interpretação feminina em Cannes em 2008. O trabalho premiado foi a sua Cleuza do filme "Linha de Passe", dirigido também por Walter Salles e Daniela Thomas, em que ela vive uma mãe de quatro filhos de diferentes pais, que lutam para realizar seus sonhos na periferia de São Paulo. Por este trabalho, ela também foi considerada melhor atriz pelo Festival de Havana, em Cuba.
Nos últimos anos, ela também venceu o prêmio de melhor atriz coadjuvante do Los Angeles Brazilian Film Festival pelo longa "A Glória e a Graça", que protagonizou com Carolina Ferraz. Na tevê, esteve em novelas e séries como "Malhação", "Amor à Vida", "Hebe: A Estrela do Brasil" e "Não Foi Minha Culpa", enquanto no cinema estreou em 2024 no Festival Varilux de Cinema Francês como a protagonista de "Madame Durocher", a primeira parteira do Brasil. Aos 59 anos, ela também segue se dedicando aos palcos.
Marcélia Cartaxo
A primeira brasileira a vencer o Urso de Prata de melhor atriz em Berlim foi a paraibana, que levou o prêmio em 1986 por "A Hora da Estrela". No filme de Suzana Amaral baseado no livro homônimo de Clarice Lispector, ela dá vida à protagonista Macabéa, uma nordestina órfã e pobre que vem a São Paulo trabalhar como datilógrafa e acaba se envolvendo em um triângulo amoroso, apesar de viver um vazio interior e uma vida sem contentamento.
Carreira é prolífica no cinema e na tevê. Marcélia fez novelas e séries desde então, entre elas "Porto dos Milagres", "O Canto da Sereia", "Velho Chico" e estará na nova "Guerreiros do Sol", no Globoplay, em 2025. A atriz de 61 anos também ganhou diversos prêmios nacionais pelos papéis nas telonas, em filmes de destaque como "Quanto Vale ou É Por Quilo?", "Madame Satã", "Baixio das Bestas", "Céu de Suely", "Big Jato", "Pacarrete" e "A Mãe".
Ana Beatriz Nogueira
A atriz venceu em 1987 o Urso de Prata de melhor atriz em Berlim por seu papel em "Vera". Na obra, Ana dramatizava a história real de um homem trans brasileiro, Anderson Herzer, que enfrentou preconceitos e traumas morando em um internato em São Paulo. O longa de Sérgio Toledo foi o maior sucesso da atriz em premiações e ela chegou a vencer o Festival de Nantes, na França, o Festival de Locarno, na Suíça, e o Festival de Gramado, no Brasil, pelo trabalho.
Apesar de vasta experiência no teatro e no cinema, Ana ficou mesmo conhecida por seus muitos e icônicos papéis na televisão. Ela deu vida a Jacira, integrante do MST de "O Rei do Gado" (TV Globo), a ambiciosa Ana Paula de "Celebridade", a dondoca Ilana de "Caminhos das Índias", além de ter brilhado recentemente em "Um Lugar ao Sol", "Todas as Flores" e "Mania de Você", da qual se afastou para tratamento de saúde, já que a atriz de 57 anos tem esclerose múltipla.
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