MP convoca audiência pública após Claudia Leitte remover orixá de música
O MP-BA (Ministério Público da Bahia) convocou uma audiência pública no caso envolvendo Claudia Leitte, 44, que retirou o nome de um orixá na música "Caranguejo".
O que aconteceu
Foi instaurado inquérito para apurar a eventual responsabilidade da artista por danos morais causados à honra e à dignidade das religiões de matriz africana. Claudia Leitte deverá se manifestar em 15 dias, no máximo.
A audiência foi marcada para o dia 27 de janeiro, às 14h. A oitiva dos compositores da música "Caranguejo" também deve ser solicitada se pertinente ao MP.
O advogado das partes que fizeram a denúncia, Hedio Silva Jr., celebrou a decisão. "O MP vai utilizar para coletar provas que vão resultar em um inquérito robusto. Também é importante para permitir que a Claudia Leitte se manifeste oficialmente, caso ela queira. Medida certamente trará informações importantes para o desfecho da ação", disse a Splash.
A reportagem também entrou em contato com a assessoria da cantora e aguarda. O texto será atualizado assim que houver retorno.
Mudança em letra e denúncia ao MP
O Ministério Público da Bahia recebeu uma denúncia contra a cantora após ela trocar "Iemanjá" por "Yeshuá" na música "Caranguejo". A ação aponta uma suposta postura discriminatória da cantora ao fazer a mudança.
Claudia Leitte cantou "Eu canto meu Rei Yeshua" em vez de "Saudando a rainha Iemanjá". O termo Yeshua significa "salvar" em hebraico e, em algumas religiões, considera-se a palavra como o nome original de Jesus Cristo.
E não é que Claudia Leitte nunca falha com sua intolerância religiosa. De novo, trocou a letra de um hit dela. De novo, mudou "saudando a rainha Iemanjá" por "eu canto meu rei Yeshua", que significa Jesus em hebraico. Tirou na cara dura uma referência religiosa de matriz? pic.twitter.com/ObF6rZGqBb
-- GugaNoblat (@GugaNoblat) December 15, 2024
Cantora teve conduta considerada difamatória, degradante e discriminatória, segundo a denúncia. Splash teve acesso ao documento formalizado por Iyalorixá Jaciara Ribeiro, sacerdotisa do Ilê Axè Abassa de Ogum, e pelo Idafro (Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-Brasileiras).
Após a denúncia, Claudia voltou a cantar a versão alterada. A substituição aconteceu no pré-Réveillon do Recife.
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