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Polícia vai investigar se assinatura de Adele em ação por plágio é falsa

A cantora Adele - Reprodução A cantora Adele - Reprodução
A cantora Adele Imagem: Reprodução

De Splash, em São Paulo

15/01/2025 13h07Atualizada em 15/01/2025 14h07

A Polícia do Rio de Janeiro confirmou que instaurou inquérito para apurar indícios de falsificações em documentos apresentados pela Universal Music Publishing à Justiça. A gravadora é uma das rés no processo em que o compositor Toninho Geraes, 62, acusa Adele, 36, de plágio. A informação foi publicada inicialmente pela CBN e confirmada a Splash.

A reportagem tenta contato com a Universal.

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O que aconteceu

Advogados de Toninho Geraes apontam "irregularidades" na procuração apresentada pelos advogados dos réus. Consta na queixa-crime, à qual Splash teve acesso, que o documento foi apresentado com atraso após os advogados alegarem um "pequeno problema" durante audiência. O juiz teria repreendido a defesa pelo atraso, já que a procuração é a condição legal para que os réus sejam representados por seus advogados.

A procuração teria "rasuras e entrelinhas inseridas à mão" e a versão em inglês não seria uma tradução juramentada, como requer a lei. Segundo a queixa-crime, ainda, os advogados de defesa não apresentaram uma proposta de conciliação, que seria o objetivo da audiência emergencial requisitada pelos próprios réus.

Algo que causou estranheza foi o local de assinatura em São Paulo. "É falso porque, em primeiro lugar, não há nenhuma notícia de que Adele, Greg e Beggars tenham vindo ao Brasil para assinar o documento, que dirá no dia da audiência, como lá consta", diz Fredimio Biasotto Trotta, advogado de Toninho.

Além disso, há mistura de palavras em inglês e português. Segundo o advogado, na assinatura consta: "São Paulo, 19 December de 2024".

Ainda, a defesa diz que a procuração de Adele contém "rasuras evidentes, com riscos e rabiscos feitos à mão". Temendo continuar a negociação, a defesa de Toninho buscou padrões de caligráficos de Adele, buscando os padrões caligráficos da cantora disponíveis, por autógrafos, cartas manuscritas, etc. A conclusão do juiz é que as assinaturas divergem.

Diante de todo esse cenário, concluímos pela necessidade de uma Notícia-Crime visando a abertura do Inquérito Policial, a fim de que as autoridades competentes possam investigar o caso, apurar sobre a materialidade dos possíveis delitos (de falsidade documental, ideológica, uso de documento falso e fraude processual) e chegar à autoria e eventuais cúmplices. Fredimio Trotta

A defesa ingressou no processo com um incidente processual, que visa apurar se um documento apresentado no processo é autêntico ou falso. "Se corroborada a falsidade ou adulteração das procurações, Adele, Greg e Beggars não estão, na verdade, habilitados até agora no processo, e poderiam, mais adiante, anular todos os atos praticados indevidamente em nome deles".

A reportagem entrou em contato com a Universal e aguarda. O texto será atualizado assim que houver resposta.

Música proibida

Toninho Geraes abriu um processo de direitos autorais contra Adele, o produtor Greg Kurstin, a gravadora XL Recordings e a distribuidora Universal Music por suposto plágio da canção "Mulheres". O brasileiro pede uma indenização de R$ 1 milhão.

O TJRJ manteve válida uma decisão de dezembro de 2024, que determinou a retirada de "Million Years Ago" das plataformas digitais. Além de suspender a música, o juiz fixou uma multa de R$ 50 mil por ato de descumprimento.