'Vale Tudo' só tinha dois atores negros em 1988; relembre quem eram eles

Exibida em 1988, a novela "Vale Tudo" tinha apenas dois atores negros no elenco. Fernando Almeida, como o "pivete" Gildo, e Zeni Pereira, como a empregada doméstica Zezé.

Falta de representatividade

Apesar de "Vale Tudo" ser considerada a novela que "retratava o Brasil" por falar sobre ética e corrupção na redemocratização, a trama não representava, de fato, a população brasileira — ao menos racialmente. Os dois únicos atores da trama viviam personagens estereotipados e secundários.

Interpretado por Fernando Almeida, Gildo era um menino em situação de rua que foi acolhido por Raquel, a protagonista da novela, após roubá-la. O papel chegou ao artista quatro anos após ser destaque como ator mirim em "Livre Para Voar". Ele era amigo do protagonista Pardal (Tony Ramos).

O ator fez outras novelas, mas perdeu espaço nos anos 2000 e teve um fim trágico marcado pela violência na periferia do Rio de Janeiro. Ele morreu em 2004, aos 29 anos, após ser executado com dois tiros na nuca em um ponto de ônibus na Avenida Brasil, na altura de Realengo.

Vivida por Zeni Pereira, Zezé era a empregada doméstica na casa de Bartolomeu, papel de Cláudio Corrêa e Castro. A personagem trabalhava o tempo todo para servir aquela família e não tinha desenvolvimento próprio. Também foi a Tia Nastácia na versão carioca do primeiro "Sítio do Pica-Pau Amarelo".

Além de 'Vale Tudo", a artista baiana se destacou em importantes produções de teatro, teledramaturgia e audiovisual ao longo de meio século de carreira — dos anos 1940 e 1990. Referência negra em décadas que não se falava de representatividade, atriz morreu em 2002 de um derrame cerebral, aos 77 anos.

Mudanças no remake

Na nova versão, Gildo é um dos personagens que sofrem alterações para se adequar aos dias de hoje. Personagem será uma mulher interpretada pela atriz Leticia Vieira. "Era um personagem muito louco na primeira versão, porque a Raquel ajuda ele a se hospedar na casa do Bartolomeu e ele rouba dentro da casa. Ele rouba Raquel, ela o coloca dentro da casa e ele rouba de novo. É muito louco. Isso não vai acontecer aqui. Ela até rouba a primeira vez, mas aprende mais rápido", conta Manuela Dias, autora do remake, a Splash.

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Já Zezé é uma personagem que não estará no remake da novela. "Ela fazia jantar de sábado à noite, às 10 da noite, [alguém gritava] 'Zézé frita um ovo'. Era assim. É um personagem que não existe na minha versão", completa Manuela.

Primeira versão de "Vale Tudo" teve autoria de Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères. A direção era de Dennis Carvalho e Ricardo Waddington.

25 comentários

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Pedro Souza Mello

O pessoal do “não sou racista, tenho até amigos negros” ficou muito incomodado com a presença de negros na novela.

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Fernando Reis Junior

Artigo chatoooo!

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Alexandre Carneiro

haaaa esqueci de dizer, quando fizeram o filme sobre o time de rugby que caiu na cadeia de montanhas no chile nao havia negros também, esqueram de falar, mas veja pelo lado bom, em breve vai estreiar uma branca de neve QUE NAO É BRANCA, é mestiça, ja esta em exibição uma princesa ariel, que mora no fundo do mar, e é negra também.... veja como a influencia de vcs esta fazendo bem, fizemos anões de computador para não magoar os anões de verdade, e os anões de verdade não vão chorar, somente ficaram sem emprego, pelo menos sete. eu AMO de paixao a esquerda... amo amo amo

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