Wepink, da Virginia, tem mais reclamações que bancos e empresas telefônicas
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A Wepink, empresa da influenciadora Virginia Fonseca, acumula reclamações no Reclame Aqui, no Procon e nas redes sociais. Clientes relatam, principalmente, atrasos no recebimento dos produtos. A assessoria da Wepink não respondeu aos contatos de Splash.
O que aconteceu
Nos últimos seis meses, a Wepink recebeu mais reclamações que bancos e empresas de telefonia no Reclame Aqui. Com mais de 70 mil queixas nesse período, a marca está em sexto lugar no ranking, em posição pior que a Claro, a Vivo e bancos como Santander, C6 e Inter. A Wepink também acumulou mais reclamações que os principais aplicativos de transporte do país, Uber e 99, e a Shein, gigante chinesa de fast fashion.
Só no ano passado, a Wepink foi alvo de 90.856 reclamações no site —cerca de 250 por dia. A empresa tem uma reputação "regular", respondendo a quase todas as reclamações, mas com um índice de solução de cerca de 70%. Entre os clientes que avaliaram, 55,6% dizem que voltariam a fazer negócio com a Wepink.
Os clientes reclamam, principalmente, de atrasos na entrega e produtos não recebidos. Há relatos de pedidos que demoram meses para serem entregues e de encomendas que chegam com produtos faltando.
No Procon-SP, foram 2.803 reclamações no ano passado. Neste ano, já foram 663. O índice de solução, no início do ano, era de 62,2%. Esse percentual diz respeito às soluções na primeira fase da reclamação —quando o Procon oferece uma primeira oportunidade de o fornecedor resolver a demanda do cliente. A instituição diz que a maioria das reclamações são resolvidas nessa fase. Há registros de reclamações também no Consumidor.gov.
As redes sociais de Virginia e da Wepink também têm sido inundadas por reclamações. "Total descaso, ainda apagaram os comentários. Sem SAC, sem resolução! E se pedimos o reembolso, não recebemos também", escreveu uma seguidora no perfil da influenciadora. "Muito fácil construir um império com o dinheiro alheio", criticou outra.
Mesmo com tantas reclamações, Virginia e a marca seguem fazendo grandes transmissões ao vivo com promoções e descontos. Em uma live feita ontem, por exemplo, um body splash de R$ 111 era vendido por R$ 31. Um kit com creme, esfoliante e desodorante, antes precificado em R$ 690, passou a custar R$ 109.
Em maio do ano passado, Virginia comemorou um faturamento de R$ 15 milhões em uma live de compras. Em 2023, ela celebrou um faturamento de R$ 22 milhões em uma live que durou 13 horas. Ela, inclusive, tem uma tatuagem para comemorar o alto faturamento nessas transmissões. "15 + 22 + 22 = 59M 'just in live'" ["apenas em lives", em interpretação livre], diz a tatuagem, que foi criticada por errar no inglês ao marcar a conquista na pele. O cantor Zé Felipe, marido de Virginia, e outros dois membros da equipe dela fizeram tatuagens iguais.

Splash procurou a assessoria de imprensa de Virginia e da Wepink na última terça-feira e novamente nesta quinta, mas não obteve resposta. Assim que houver retorno, a nota será atualizada.
O que fazer em uma situação como essa?
O ideal é que o consumidor tente resolver de maneira direta e amigável com a empresa, diz Sara Vital, advogada da Daniel Gerber Advogados. A ideia é solucionar o problema mais rapidamente, sem intermediários. Caso isso não dê certo, o consumidor pode procurar o Procon.
Caso a reclamação não seja resolvida no Procon, o consumidor pode ajuizar uma ação judicial. "O consumidor pode exigir o cumprimento forçado da obrigação, a substituição do produto ou serviço por outro equivalente, ou a restituição de valores eventualmente pagos, conforme disposto no artigo 35 do Código de Defesa do Consumidor", explica.
Nessa situação, o consumidor deve guardar documentos relevantes à reclamação. "É importante estar munido dos comprovantes de pagamento do produto, bem como das evidências das tratativas de resolução do impasse com a empresa, para [pedido de] indenização por danos morais, dado o desgaste enfrentado".
55 comentários
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Patrick Gonçalves de Lima
Ficam babando ovo de subcelebridade da nisso. O quiosque no Center Norte as filas são surreias , vc pensa que estão dando café e azeite de graça de danta gente na fila. SE a pessoa divulga tigrihno não é lámuito honesta não é mesmo ??? Logo seus demais negócios vão também apresentar problermas
Marco Martins
No mundo só existem malandros porque existem Manés.
Cristiano Henrique de Carvalho
Não dá pra comprar na internet sem ao menos fazer uma consulta antes.Uma empresa que está ganhando em reclamações comparando-se com as telefônicas,é porque não vale nada mesmo.