'Limites ultrapassados': Millie Bobby Brown quer o uso de IA com restrições
Millie Bobby Brown, 21, é um rosto muito conhecido entre os assinantes da Netflix. A atriz, famosa pela Eleven de "Stranger Things", estrelou outras grandes produções da plataforma, como "Donzela" e "Enola Holmes", mas agora ela chega a um patamar superior ao protagonizar, ao lado de Chris Pratt, o filme mais caro do streaming até então: "The Electric State", que custou aos cofres da empresa US$ 320 milhões, cerca de R$ 1,8 bilhão.
O longa se passa em uma realidade alternativa e retrofuturista da década de 1990, na qual robôs conscientes vivem em guerra contra os humanos. A história acompanha Michelle (Millie Bobby Brown), uma adolescente órfã que, um dia, recebe a visita de Cosmo, um robô meigo e misterioso que acredita estar sendo controlado por Christopher, seu irmão mais novo, considerado morto.
"The Electric State" chega em um momento de muita discussão sobre o uso de inteligência artificial no dia a dia — e, claro, também na indústria cinematográfica. Um exemplo foi a greve dos roteiristas e atores de 2023, que pedia a regulamentação de ferramentas tecnológicas em produções audiovisuais.
Em entrevista a Splash, durante passagem pelo Brasil para a divulgação de "The Electric State", a atriz disse acreditar ser possível existir harmonia entre o cinema e a inteligência artificial, mas defende ser necessário estabelecer restrições.
Adoraria proteger a indústria, porque ela se tornou o que é hoje devido aos artistas, à criatividade, à técnica e à individualidade.
Millie Bobby Brown
Para a atriz, falta à tecnologia a "emoção humana", algo que robôs não conseguem replicar ou entender. "Se a tecnologia pode fornecer e auxiliar a indústria, de maneiras que não tirem os empregos ou a criatividade de ninguém, espero que haja equilíbrio nisso. Mas parece que os limites estão sendo ultrapassados, então não acredito que a IA deva se infiltrar em qualquer indústria em que tire os empregos das pessoas."
"Autêntico e real"
Quem comanda "The Electric State" são os irmãos Russo, mundialmente conhecidos por dirigirem alguns sucessos da Marvel, entre eles "Vingadores: Ultimato" (2019), um dos maiores êxitos do estúdio. A Splash, Bobby Brown credita à dupla de cineastas a qualidade da estreia, que entrega diversas sequências de ação.
Por mais que houvesse muitos efeitos especiais e tela verde, trabalhei com atores de captura de movimento que puderam replicar como os robôs falam, como andam, como se apresentam.
A atriz concluiu que os diretores puderam usar recursos tecnológicos para levar aos atores e ao público este universo abordado de maneira "autêntica e real".
1 comentário
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Cesar Saraiva
Sugiro abolirmos o e-mail e voltarmos às cartas, pois muitos carteiros perderam empregos. Da mesma forma, recomendo eliminarmos as retroescavadeiras, pois muitos operários da construção perderam empregos. Sem contar que com a energia elétrica os produtores de vela, querosene e carvão quase faliram. Quem sabe um dia as pessoas vão entender que uma nova tecnologia tira inúmeros empregos e gera outros inúmeros empregos mais qualificados e com mais renda. No passado a contabilidade de uma empresa tinha inúmeras pessoas escrevendo números em papeis, ganhando uma miséria. Hoje os contadores conseguem uma remuneração melhor, e inúmeros desenvolvedores de softwares com boas remunerações têm empregos para fazer sistemas de contabilidade. No fim, trocamos baixíssima produtividade por alta produtividade com melhores salários. Isso é a tecnologia.