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Palestino vencedor do Oscar é preso por militares israelenses, diz jornal

Colaboração para Splash, em São Paulo

24/03/2025 18h25

O cineasta palestino Hamdan Ballal, que venceu o Oscar 2025 de melhor documentário por "Sem Chão", foi agredido, hoje, por colonos israelenses e preso por militares de Israel. As informações são do jornal israelense Haaretz.

O que aconteceu

Hamdan Ballal foi agredido e preso na Cisjordânia, que é um território palestino, mas dominado por Israel. O cineasta teria sido atacado por israelenses e, em seguida, preso por militares das Forças de Defesa de Israel que atuam na Cisjordânia.

Ballal chegou a ser socorrido para tratar ferimentos provocados pelas agressões dos civis. Entretanto, quando estava na ambulância, ele teria sido retirado por militares de Israel, que interromperam o tratamento, segundo explicou à imprensa local Yuval Abraham, um dos diretores de "Sem Chão".

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Forças de Defesa de Israel dizem "investigar o caso". No entanto, o Exército controlado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu não forneceu maiores detalhes sobre as agressões e o porquê da prisão do diretor palestino, nem mesmo para onde o cineasta foi levado. Ele é considerado desaparecido.

Grupo de cerca de 20 pessoas teria atacado Ballal e outros ativistas judeus, conforme a agência Associated Press. As vítimas teriam sido agredidas com pedras e bastões, e tiveram seus carros depredados.

Israel tenta manter o controle da Cisjordânia em meio à guerra contra o Hamas, iniciada em 2023, e que já provocou a morte de mais de 50 mil palestinos. Israel e o grupo extremista chegaram a selar um acordo de trégua no conflito no começo deste ano, mas a paz chegou ao fim e o estado judeu voltou a bombardear Gaza.

Israel mantém cerca de 140 assentamentos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, em um total de 450 mil israelenses em território palestino. Esse fato é criticado pela comunidade internacional.

Em "Sem Chão", é retratada a realidade dos moradores de Masafer Yatta, que tiveram suas vidas modificadas pela pressão de Israel. Na década de 1980, o exército israelense tomou a área para fazer uma zona de treinamento militar e expulsou os moradores do local, a maioria árabes beduínos.