Bateau Mouche: atriz da Globo previu própria morte no 'Titanic brasileiro'


De Splash, em São Paulo
25/03/2025 05h30
A série "Bateau Mouche: Naufrágio da Justiça", cujo segundo capítulo foi disponibilizado hoje na Max, recria os últimos momentos das 55 vítimas da tragédia que chocou o Brasil no Réveillon de 1988 para 1989.
Atriz da Globo estava no barco
Yara Amaral foi uma das vítimas da tragédia, aos 52 anos. No auge de sua carreira, ela havia trabalhado em novelas da Globo como "Dancin' Days" (1978), "Cambalacho" (1986) e "Anos Dourados" (1986).
Nascida em São Paulo, em 1936, ela sonhava ser professora de matemática. No entanto, começou a se interessar pelas artes através do teatro amador e se formou na Escola de Arte Dramática, da USP, em 1964.
Yara não sabia nadar e adiou o passeio por três anos. Ela foi com a mãe, Elisa Gomes, que na época tinha 73 anos, e o casal Dirce e Silvio Grotkowski, donos da empresa de cosméticos Payot. Além de Yara, Elisa também morreu no naufrágio, enquanto Dirce e Silvio sobreviveram. Os dois filhos da atriz, João Mário e Bernardo, com 13 e 15 na época, também iriam, mas trocaram o passeio por uma festa na casa de amigos.
Um mês antes da tragédia, ela "previu" a própria morte. Em um almoço de família, seus filhos fizeram uma brincadeira com o fato de Yara não saber nadar, e ela comentou que tinha um sonho recorrente com uma morte na água: "Desde pequena, eu sempre tive a impressão de que um dia uma onda me levaria".
Em entrevista para Splash, em 2021, a sobrinha de Yara disse que a atriz não morreu afogada. "Quando ela foi ao banheiro e viu a água subindo no vaso sanitário, ela sofreu um ataque cardíaco. Na verdade, ela não morreu afogada, ela teve um infarto só de ver a água entrando no barco", contou Larize Ferreira Amaral. Isso porque seu corpo não estava inchado pela ingestão de água, como foi o caso de Elisa Gomes: "Meu pai teve que reconhecer o corpo de minha avó, que estava muito inchado", disse Larize.