Rodrigo Faro é acusado de induzir fã a golpe; defesa diz que ele foi vítima
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Rodrigo Faro, 51, é alvo de uma ação judicial por suposta propaganda enganosa. A reportagem de Splash teve acesso aos autos do processo e conta os detalhes da batalha que tramita no Juizado Especial Cível de Itaquera, na capital paulista.
O que aconteceu
Uma mulher acusa o ex-apresentador da Record, que é o atual garoto-propaganda da TRIÊ Soluções Financeiras, de induzi-la a um "golpe". A empresa prometia o recálculo de contratos de financiamento veicular com redução de juros abusivos.
A fã conta que adquiriu um veículo em 2020, por meio de um financiamento. Após se deparar com propagandas da marca, impulsionadas pela imagem do famoso, ela decidiu contratar os serviços.
Ela argumenta que a confiança foi reforçada pela participação de uma figura pública como Faro, cuja imagem trazia maior credibilidade ao negócio. A mulher diz que começou a realizar os pagamentos mensais do financiamento "recalculado" diretamente para a empresa e, conforme contrato, ela deveria gerir os valores pagos para quitar o financiamento.
A autora é uma pessoa de idade. Ela confiou na palavra daquilo que o Rodrigo Faro estava falando. O Rodrigo Faro tem uma participação sobre isso, porque está colocando o rosto dele, utilizando a influência dele, confiando na palavra dele. A responsabilidade está baseada no Código do Consumidor.
Nathalia Dutra Braz da Silva, advogada da cliente
Entretanto, a consumidora teria sido surpreendida com um mandado de busca e apreensão do veículo, decorrente de um processo movido pelo banco devido ao não pagamento do financiamento original. Para tentar evitar a perda do veículo, ela realizou um empréstimo para quitar a dívida com a instituição financeira.
A ação busca a restituição dos valores pagos à TRIÊ e indenização por danos morais, totalizando R$ 59.520,62. A fã também pede a nulidade do contrato com a empresa de soluções financeiras.
Houve busca e apreensão, ela passou por um constrangimento. Ela teve de realizar um empréstimo bancário e a gente está cobrando o valor dos juros desse empréstimo, o pedido de dano moral e os valores pagos a Triê.
Nathalia Dutra Braz da Silva, advogada da cliente
O que diz o apresentador

A defesa de Rodrigo Faro alega que ele não pode ser responsabilizado por atos supostamente praticados pela empresa para a qual ele presta serviços. O advogado do comunicador argumenta que seria injusto responsabilizar artistas por irregularidades cometidas pelos contratantes.
O Rodrigo, nessa questão toda, acaba sendo uma vítima. Por quê? Porque, na verdade, ele é um garoto-propaganda. Ele foi contratado por essa empresa para poder fazer a venda da imagem da empresa, como ele faz com diversos outros contratos. Como qualquer outro artista faz com outras marcas também.
O advogado afirma que departamento jurídico do apresentador sempre verifica as empresas antes de fechar qualquer contrato para evitar problemas futuros. No caso da TRIÊ, ele já tem um contrato há alguns anos e, embora tenham ocorrido alguns problemas no passado, eles foram prontamente resolvidos pela empresa.
Se a gente vê que é uma empresa que é muito problemática, nem fazemos o contrato. Nós já declinamos algumas vezes, o Rodrigo já teve algumas propostas, mas a gente declinou.

A Triê Soluções Financeiras afirmou, em nota, que Rodrigo Faro atua apenas como garoto-propaganda, sem participação nas operações da empresa. Ela também aponta que a "cliente deixou de cumprir obrigações previstas em contrato, o que ocasionou a apreensão do veículo".
A empresa ressaltou ainda "seu compromisso com a transparência no atendimento e o cumprimento das obrigações contratuais". "Já ajudamos milhares de brasileiros a reduzirem dívidas de forma legal, sem jamais nos envolvermos em polêmicas ou práticas irregulares. Seguimos à disposição da cliente e da Justiça para esclarecer todos os pontos e buscar uma solução justa.
Após o contato da reportagem, a empresa procurou a defesa da fã para propor um acordo de R$ 3.000. "A TRIÊ me ligou oferecendo absurdamente R$ 3.000 de acordo, mas ainda não se manifestaram nos autos", explicou a advogada.
39 comentários
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Vívian Cláudia Herchani Santana
Responsabilidade solidária.
Junior Pierre
é responsável sim. usou a sua imagem para vender a segurança da empresa que representou.
Rodrigo Costa Moreno
Existe algo que se chama "resposabilidade solidária", ou seja quando vc representa um produto e valida, obivamente está dando credibilidade as ações da empresa, logo quem represneta precisa ter cuidado para não prejuducar a sua imagem com produtos ruirns ou golpes, sem falar desses BETS endoçados por "famosos", a regra é.. não existe magica, empresa prometendo reduzir preço de algo que vc comprou e sabia o valor do financiamento é querer dar golpe sobre golpe.