Votantes do Oscar criticam Academia por falta de apoio a cineasta palestino


Colaboração para Splash, em Londrina
28/03/2025 12h15
O diretor AJ Schnack, 56, respondeu publicamente o posicionamento de dirigentes da Academia de Artes e Ciência Cinematográficas sobre o sequestro e linchamento do cineasta palestino Hamdan Ballal, 36, pelo exército israelense.
O que aconteceu
O cineasta — e votante do Oscar — condenou de forma aberta a atitude da presidente e do CEO da instituição, que negaram apoio ao ganhador do Oscar de Melhor Documentário por "No Other Land". "É difícil para mim expressar adequadamente minha decepção e raiva pelo péssimo testamento que foi enviado aos membros da Academia e assinado com vossos nomes. Eu estou chocado e furioso que vocês estão, agora, deixando nós, membros, sabermos que vocês veem o sequestro e espancamento de um premiado recente como algo sobre o qual os membros terão 'muitos pontos de vista únicos'. Com todo respeito, é uma sugestão verdadeiramente hedionda", declarou o diretor de "Kurt Cobain: Retrato de uma Ausência", em e-mail enviado à dupla de dirigentes — e reproduzido em seu próprio perfil no Facebook.
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Outros votantes também expressaram seu repúdio ao posicionamento da Academia. "Obrigado, AJ. Escreverei uma carta também", prometeu Jehane Noujaim ("The Square"), comentando a publicação. "Todo o departamento de documentários deveria assinar essa carta e torná-la pública", endossou Ina Fichman.
Rachel Leah Jones ("Advocate"), por sua vez, relacionou a postura inerte da Academia à reeleição de Donald Trump, 78. "Essa resposta da Academia é errada, mas é também um aviso aos membros, incluindo os preguiçosos e confortáveis predominantemente brancos, sob o regime de Trump. Isso não é sobre 'pontos de vista únicos', isso é sobre certo e errado."