Para se acabar de chorar: veja 5 dicas de livros tristes e emocionantes
De Splash, em São Paulo
06/04/2025 05h30
Obras dramáticas são sempre uma boa desculpa para descarregar aquelas lágrimas que estavam guardadas, só esperando o momento certo de sair. Por isso, prepare os lencinhos: Splash traz cinco dicas de livros para chorar. Entre obras nacionais, mangás e clássicos, temos boas opções para quem quer "curtir" uma melancolia.
Confira as sugestões do colunista Rodrigo Casarin e de repórteres de Splash:
"O Cão que Guarda as Estrelas", de Takashi Murakami (JBC, tradução de Denis Kei Mimura)
Rodrigo Casarin - Triste, triste, muito triste este mangá que traz a história de um cão e seu humilde "papai" humano. Eles passam a ter apenas um ao outro na vida e buscam sobreviver a um périplo pelo interior do Japão.
É daquelas tramas que nos deixam com um nó na garganta só de lembrarmos da obra. Dentre os diversos prêmios que merecidamente já ganhou está o curioso Livro para Chorar, do Da Vinci Book of the Year. Também vale dar atenção para a sua continuação, "O Outro Cão que Guarda as Estrelas".
"O Caçador de Pipas", de Khaled Hosseini (Globo Livros, tradução de Claudio Carina)
Fernanda Talarico - Esse livro foi um daqueles que moldou meu gosto por literatura, mas confesso que não quero nunca mais o ler: é triste demais. A história acompanha a amizade de Amir e Hassan, dois meninos quase da mesma idade, que vivem vidas muito diferentes no Afeganistão da década de 1970. Amir é rico e um pouco covarde. Hassan, que não sabe ler nem escrever, é conhecido pela coragem e bondade.
Durante um campeonato de pipas, em 1975, Hassan dá a Amir a chance de ser um grande homem, mas ele não enxerga sua redenção. Após este episódio, Amir vai para os Estados Unidos, fugindo da invasão soviética ao Afeganistão, mas 20 anos depois Hassan e a pipa azul o fazem voltar à sua terra natal para acertar contas com o passado.
"Tudo é Rio", de Carla Madeira (Record)
Luiza Missi - Carla Madeira tem o dom de pegar a mão do leitor e guiá-lo pelo inimaginável. Não sou de chorar enquanto leio, mas simplesmente não tive escolha com esta história de Dalva e Venâncio, um casal que sofre uma perda trágica e se envolve num triângulo amoroso com uma prostituta. Em determinado ponto da narrativa, percebi que uma personagem estava prestes a tomar uma decisão que eu gosto de pensar que jamais tomaria —e que a autora havia passado o livro inteiro me preparando para entender que a vida é mais complicada do que gostamos de pensar.
"Capitães da Areia", de Jorge Amado (Companhia de Bolso)
Fernanda Talarico - Lindo, mas triste. Lindo, pois Jorge Amado consegue, por meio de palavras, levar o leitor ao visual deslumbrante da Bahia. Triste, ao retratar a história crua e comovente de meninos pobres que moram num trapiche abandonado. Um dos maiores clássicos da literatura brasileiro e, mesmo escrito em 1937, é extremamente atual, infelizmente.
"O Meu Pé de Laranja Lima", de José Mauro de Vasconcelos (Melhoramentos)
Luiza Stevanatto - Esse clássico autobiográfico conta a história de Zezé, um menino de 6 anos, de família simples, que mora em Bangu, na zona norte do Rio. Inteligente, sensível e criativo, Zezé não recebe muito afeto em casa. Na verdade, apanha até com certa frequência. Mas cria seu universo particular, encontrando consolo em amigos e no seu pé de laranja lima.
Lembro da angústia que senti ao ler esse livro quando criança, em especial o capítulo "Duas surras memoráveis". Era impossível ficar indiferente a tudo que se passava com Zezé. Acredito que leitores de todas as idades ficarão igualmente sensibilizados.
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