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Atriz mirim de 'A Usurpadora' tentou sem sucesso nova parceria com Spanic

María Solares atualmente (à esquerda) e como Lizete em "A Usurpadora" (à direita) - Divulgação/Reprodução/Televisa María Solares atualmente (à esquerda) e como Lizete em "A Usurpadora" (à direita) - Divulgação/Reprodução/Televisa
María Solares atualmente (à esquerda) e como Lizete em 'A Usurpadora' (à direita) Imagem: Divulgação/Reprodução/Televisa

Colaboração para Splash, em Londrina

15/04/2025 05h30

Toda vez que "A Usurpadora" volta ao ar na TV, uma figura terna e carismática, embora coadjuvante, vai roubando o coração de quem acompanha a história das gêmeas Paola (Gabriela Spanic) e Paulina (Gabriela Spanic).

Estamos falando da pequena Lizete Bracho. Filha mais nova do galã Carlos Daniel (Fernando Colunga), a menina de apenas 5 anos esbanja fofura sempre que aparece em cena, com suas peripécias infantis e seu eterno sonho de ganhar a fantasia de Mulher Maravilha.

Mais de 25 anos após o término do folhetim, María Solares encontra-se muito diferente da garotinha de outrora. Hoje com 31 anos, ela atua agora como executiva de comunicação na Cinépolis, maior companhia de exibição cinematográfica da América Latina.

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solares mulher maravilha - Arquivo pessoal
María Solares com a fantasia de Mulher Maravilha, marca registrada de sua personagem em 'A Usurpadora' Imagem: Arquivo pessoal

Muitos fãs de "A Usurpadora", porém, ainda seguem reconhecendo em seu rosto a candura de Lizete. A maioria deles, brasileiros.

"No Brasil, o amor por 'A Usurpadora' é muito forte! Acho até que nem no México me conhecem tanto como no Brasil", conta María, em conversa exclusiva com Splash.

María Solares fez seu teste para 'A Usurpadora' diretamente com Fernando Colunga, seu pai na novela Imagem: Arquivo pessoal

Sorte ou destino?

A chegada à novela se deu quase por acaso. Sua irmã mais velha, Daniela Solares, estudava no Centro de Educação Artística da Televisa (CEA), e a caçula costumava acompanhar os pais para buscá-la de carro no instituto. "Em uma dessas visitas, uma produtora saiu e disse à minha mãe: 'Estamos em busca de uma menina com as características da María, para uma nova novela'. Minha mãe disse 'não', mas a família a convenceu a me levar."

María fez a prova de câmera com Fernando Colunga, que interpretaria seu pai no folhetim. "Dizia: 'Por que tenho que chamá-lo de pai? Ele não é meu pai!' Então o Fernando se aproximou e disse: 'Você gosta de 'Vila Sésamo'? Quem você quer conhecer de lá?' Aí negociamos. [risos] Eu disse: 'Se você me levar pra conhecer o Garibaldo, eu atuo!'"

Estrela mirim

Como "A Usurpadora" se tornou um sucesso imediato, não demorou para que María e sua Lizete se tornassem quase tão populares quanto os protagonistas da novela. A fama conquistada foi tamanha que o público levou anos para se esquecer da personagem —o que nem sempre foi agradável para sua intérprete.

"Lembro que, na escola, os alunos do colegial me chamavam de 'usurpadorinha', e isso me chateava. Eu falava: 'Não sou isso, sou a María!'"

Libertad Lamarque mima María Solares nos bastidores de 'A Usurpadora' Imagem: Arquivo pessoal

Queridinha do elenco

Nas gravações da trama, porém, a situação era outra. "Todos no elenco eram muito queridos comigo. Me mimavam muito, davam presentes, cuidavam de mim."

Chantal Andere, intérprete da amarga beata Estephanie, foi uma das que mais se afeiçoaram à então atriz mirim. "Tivemos uma relação muito próxima, até muitos anos depois de 'A Usurpadora'. Lembro que ela e o Fernando Colunga, quando tínhamos algum dia livre, me levavam para comer ou ir ao teatro."

María também é só elogios à venezuelana Gabriela Spanic, heroína —e também vilã— da história. Ela chegou, inclusive, a reencontrá-la anos depois, nos bastidores de uma obra de teatro que Spanic estrelou no México. "Fui cumprimentá-la, ela me reconheceu e tiramos uma foto juntas."

María Solares ao lado de Gabriela Spanic nos bastidores de 'A Usurpadora', em 1998 Imagem: Arquivo pessoal

Anedotas de bastidores

Mesmo sendo tão pequena na ocasião, María Solares ainda se lembra de alguns detalhes da rotina de gravações de "A Usurpadora" —até porque era bastante intensa. "Nossas jornadas [de trabalho] eram muito longas. Às vezes, ficávamos no estúdio até de madrugada", conta.

Quem mais sofria com essa intensidade, porém, era a própria protagonista, Gabriela Spanic. "Exigiam muito dela, física e mentalmente. Mesmo que ela estivesse cansada, o show tinha que continuar. Minha mãe, que sempre estava comigo, também se recorda de ter notado essa pressão laboral que exerciam sobre ela."

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Já com as crianças do elenco, a produção era bem mais condescendente. María recorda que, em mais de uma ocasião, cenas do roteiro foram modificadas para atender a a seus caprichos infantis.

"Eu adorava me fantasiar! Uma vez, cheguei vestida de bombeiro ao estúdio e não queria de jeito nenhum trocar de roupa. Então, a produção me trouxe um carrinho de bombeiro e adaptaram a cena para mim. Desse dia em diante, todos os dias a equipe de figurino me perguntava do que eu queria me fantasiar."

A volta de Lizete

Foi por conta desse carinho inesgotável do público por "A Usurpadora" que María Solares resolveu, em 2019, 'ressuscitar' sua personagem. Nascia então "Eu Sou Lizete Bracho", websérie que ela produziu e protagonizou para o YouTube.

María, inclusive, tentou contar com uma participação de Gabriela Spanic na atração. "Tentei falar com a Gaby várias vezes durante o projeto. Cheguei inclusive a conversar com o agente dela, mas ela nunca me respondeu."

María Solares e Gabriela Spanic se reencontraram nos bastidores de uma peça teatral, anos após 'A Usurpadora' Imagem: Reprodução/Instagram