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Humorista se diz 'mais do que disposto' a se reunir com grupos LGBTQ após especial polêmico

Dave Chappelle, no especial "Encerramento", da Netflix - Mathieu Bitton/Netflix
Dave Chappelle, no especial 'Encerramento', da Netflix Imagem: Mathieu Bitton/Netflix

25/10/2021 22h04Atualizada em 25/10/2021 22h42

Los Angeles, 26 Out 2021 (AFP) - O humorista americano Dave Chappelle se ofereceu para se reunir com a comunidade transgênero e agradeceu à Netflix por apoiá-lo depois que ele foi acusado de transfobia por seu especial "The Closer".

Seu programa provocou críticas e protestos nos arredores da sede da Netflix em Los Angeles na semana passada, quando os manifestantes disseram que Chappelle se negava a falar com eles.

"Não é verdade. Se tivessem me convidado, eu teria aceitado, embora não tenha certeza sobre o que conversaríamos", afirmou ele em um vídeo gravado durante uma recente apresentação em Nashville, Texas, que postou no Instagram nesta segunda-feira (25).

"Eu disse o que disse e ouvi o que disseram. Deus, como poderia não ouvir?"

Chappelle provocou raiva com sua rotina de stand-up lançada na Netflix no início do mês, na qual ele diz que "gênero é um fato" e acusa a comunidade trans de ser "muito sensível".

Grupos LGBTQ condenaram "The Closer" e alertaram que estereótipos de minorias podem causar danos na vida real.

O diretor de conteúdo da gigante do streaming, Ted Sarandos, defendeu o especial, dizendo à equipe em um e-mail divulgado pela mídia que "o conteúdo na tela não se traduz diretamente em dano na vida real" e que a empresa apoiaria a "liberdade artística".

Embora Sarandos mais tarde tenha se desculpado por não reconhecer a dor sentida pelos funcionários LGBTQ, ele ainda defendeu que o programa não deveria ser retirado do ar ou rotulado com um aviso.

"Graças a Deus por Ted Sarandos e a Netflix, ele é o único que ainda não me cancelou", disse Chappelle no vídeo.

Falando a uma arena lotada de fãs, Chappelle declarou que não tem problemas com a comunidade LGBTQ, mas com "interesses corporativos", observando que festivais de cinema "começaram a retirar os seus convites" para divulgar sua produção após a controvérsia.

"Não culpem a comunidade LGBTQ (...), todos que conheço dessa comunidade não demonstraram nada além de amor e apoio, então não sei o que é todo esse absurdo", afirmou.

E acrescentou: "À comunidade transgênero, estou mais do que disposto a lhes dar espaço. Mas não podem me dizer o que fazer."