Família real critica BBC; investigador chama Harry de 'nova Diana' por assédio da mídia
A família real britânica saiu de sua habitual discrição e criticou a imprensa do Reino Unido, em particular a BBC, por "apresentar como fatos" informações com "muita frequência" infundadas.
Em um documentário em duas partes com o título "The Princes And The Press" (Os Príncipes e a Imprensa), a BBC examina a relação dos jornalistas com o príncipe William, segundo na linha de sucessão ao trono, e seu irmão Harry, que sempre denunciam a pressão da mídia sobre sua família, com direito a processos judiciais.
A produção do programa parece ter irritado a monarquia porque, segundo alguns meios de comunicação, não foi solicitada a sua participação e teria ameaçado não trabalhar em projetos futuros da entidade pública.
Por este motivo, ao final da exibição da primeira parte, na segunda-feira à noite, a BBC incluiu um comunicado conjunto em nome de toda a família real, que afirma que uma "imprensa livre, responsável e aberta é de vital importância para uma democracia saudável".
"Porém, com muita frequência, as afirmações exageradas e infundadas de fontes anônimas são apresentadas como fatos e é decepcionante que alguém, incluindo a BBC, dê credibilidade a estas", afirma a declaração dos palácios de Buckingham, Clarence House e Kensington, residências da rainha Elizabeth 2ª, seu filho Charles e seu neto William.
O príncipe Harry, de 37 anos, sexto na linha de sucessão, critica de maneira reiterada a pressão dos meios de comunicação e a apresentou como principal motivo para a sua saída da monarquia, efetiva desde abril de 2020.
Ele e sua esposa Meghan apresentaram várias ações contra a imprensa sensacionalista britânica.
Os dois aguardam uma sentença de um recurso contra o Mail on Sunday, jornal que a duquesa de Sussex acusa de ter violado sua intimidade ao publicar uma carta pessoal escrita para seu pai em 2018.
Em "The Princes And The Press", um investigador particular, Gavin Burrows, afirma que os meios de comunicação na década de 2000 não tinham "nenhuma moral" e eram "impiedosos", especialmente com o príncipe Harry.
Burrows pediu perdão por ter hackeado o telefone da então namorada de Harry e vendido informações para o tabloide News of the World, argumentando que as informações sobre Harry vendiam mais que a do irmão mais velho.
"Como me explicaram dois editores, Harry havia se transformado na nova Diana", afirmou, em referência à mãe dos dois príncipes, que morreu em 1997 em um acidente de carro em Paris quando era perseguida por paparazzi.
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