Alec Baldwin vai a julgamento por homicídio culposo após disparo em set de 'Rust'
O julgamento de Alec Baldwin por homicídio culposo após um disparo fatal em um set de filmagem começa nesta terça-feira (9) nos Estados Unidos, com a escolha do júri que deverá decidir se a morte da diretora de fotografia de "Rust" foi por sua culpa.
O que aconteceu
Astro de Hollywood apontava uma arma cenográfica para Halyna Hutchins durante um ensaio no estado do Novo México quando disparou a bala que a atingiu. Baldwin, 66, disse que não sabia que a arma estava carregada e não puxou o gatilho. Os promotores alegam que ele agiu de forma irresponsável no set e mudou repetidamente sua versão dos fatos desde o trágico incidente de 21 de outubro de 2021.
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Várias tentativas da defesa de Baldwin de arquivar o caso falharam. O ator compareceu na segunda-feira (8) à última audiência preliminar em um tribunal de Santa Fé, onde sentou ao lado de seus advogados e fez anotações em um caderno amarelo.
A seleção do júri deve terminar nesta terça-feira (9) e ambos os lados apresentarão argumentos iniciais na quarta-feira. O julgamento deve durar cerca de dez dias.
Com a fama de Baldwin e a raridade das mortes nos sets de indústria com altos níveis de controle nos Estados Unidos, a história chamou a atenção internacional.
Também polarizou opiniões: de um lado há quem veja Baldwin, um ator que desconhecia que a arma tinha uma bala verdadeira, como vítima, e de outro, aqueles que consideram a morte uma consequência de seu comportamento supostamente irresponsável.
"Ver o comportamento do Sr. Baldwin no set de 'Rust' é ver um homem que não tem absolutamente nenhum controle sobre suas emoções e não se preocupa como seu comportamento afeta as pessoas ao seu redor", disse a promotora especial Kari Morrissey.
Se for considerado culpado, Baldwin pode pegar até 18 meses de prisão.
Resta saber se ele falará em sua defesa.
Regras básicas de segurança
A morte de Hutchins ocorreu em uma tarde ensolarada em uma pequena capela que faz parte do Rancho Bonanza Creek, a cerca de 30 quilômetros de Santa Fé.
Baldwin ensaiava uma cena na qual seu personagem, um foragido encurralado em uma igreja, saca seu revólver. O ator afirma que lhe disseram que a arma estava "fria", o que na gíria do cinema significa sem munição e segura para uso.
Balas reais são proibidas em sets, e Baldwin argumenta que não é sua responsabilidade, como ator, verificar se a regra foi respeitada.
O julgamento de Hannah Gutierrez, a jovem armeira (responsável por fazer manutenção das armas) de 'Rust', revelou vários dos argumentos que a acusação utilizará contra Baldwin, um dos produtores do filme.
Na época, os advogados de Gutierrez disseram que Baldwin "violou algumas das regras mais básicas de manuseio de armas que existem". "A conduta de Alec Baldwin e a sua falta de segurança no manuseio de armas dentro da igreja naquele dia é algo pelo qual ele terá de responder", disse Morrissey.
Ponto para a defesa
O dia chegou. Baldwin compareceu ao tribunal vestindo terno escuro, óculos e cabelo curto. Na audiência preliminar, sua defesa marcou um ponto quando a juíza Mary Marlowe Sommer descartou utilizar as responsabilidades adicionais de Baldwin como produtor executivo de 'Rust' para incriminá-lo.
Mas levar o caso ao tribunal já é uma vitória para a acusação, que enfrentou várias tentativas da defesa de Baldwin para impedir o julgamento. Em uma delas, apresentou o argumento de que o FBI danificou a arma em testes periciais.
O FBI concluiu que a arma não teria sido disparada sem que o gatilho fosse puxado, o que a defesa alega que não pôde contestar devido ao que aconteceu com o revólver. O argumento não convenceu a juíza, que decidiu prosseguir com o julgamento.