Novo Patrimônio Mundial, Sítio Burle Marx assume compromisso com preservação
"Além da satisfação de estar listado entre os mais importantes bens culturais do mundo, o reconhecimento também implica uma série de responsabilidades de preservação ambiental", disse Claudia Storino, diretora do Sítio Burle Marx, à Agência Efe.
A declaração de novo Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) aumenta ainda mais "a responsabilidade que já temos de manter, conservar e divulgar esse bem cultural", afirmou a arquiteta, designer e especialista em preservação de monumentos que dirige o sítio desde 2012.
Claudia acrescentou que a decisão reforça a defesa da instituição na busca por recursos para garantir a manutenção do Sítio Burle Marx.
O local foi inscrito hoje na lista de Bens Culturais do Patrimônio Mundial pelo Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco, reunido desde a semana passada na cidade de Fuzhou, no sudeste da China.
É uma casa de campo localizado em Barra de Guaratiba, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, com uma área de 405.325 metros quadrados que o renomado paisagista brasileiro Roberto Burle Marx (1909-1994) comprou em 1949 e transformou em seu jardim botânico particular e em um "laboratório" de experiências em paisagismo que deu origem ao moderno jardim tropical.
Burle Marx adquiriu a propriedade para montar sua coleção botânica e morou no local entre 1973 e 1994, coletando plantas de todo o mundo durante 45 anos, algumas em risco de extinção.
Em 1985, ele doou ao Estado brasileiro para preservar essa riqueza e criar um centro de disseminação do conhecimento sobre paisagismo e preservação.
A propriedade tem 3,5 mil espécies de plantas, algumas ameaçadas de extinção ou já desaparecidas em seus países de origem, e muitas raras ou exóticas, além de cinco espelhos d'água e sete estufas sombreadas.
Porém, a maior riqueza do local são os jardins criados pelo paisagista, nos quais experimentou variações de cores, confecções, combinações e texturas com as diferentes plantas que recolheu em suas viagens pela África, Ásia e América Latina.
A decisão da Unesco "completa um reconhecimento que já existe em nível regional e nacional, uma vez que o Sítio é considerado Patrimônio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) do Brasil", disse Claudia Storino.
E é também "um selo muito importante porque coloca o sítio entre os bens culturais mais importantes da humanidade", concluiu.
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