Procuradoras pedem investigação contra Ratinho por sugerir metralhar deputada
A Procuradoria Regional Eleitoral em Brasília recebeu uma representação do grupo interno de trabalho dedicado ao combate à violência política de gênero sugerindo a abertura de investigação sobre os ataques do apresentador de TV Ratinho à deputada federal Natália Bonavides (PT-RN).
Ao comentar o projeto de lei apresentado pela petista para acabar com a referência de gênero dos casais nas declarações de casamento, o apresentador sugeriu "pegar uma metralhadora" contra a parlamentar. Ratinho ainda mandou a deputada "lavar roupa", "lavar louça" e "costurar a calça do marido", "a cueca dele".
"A gente tinha que eliminar esses loucos", disse em seu programa de rádio. "Nem dá pra, o quê, pegar uma metralhadora?".
As procuradoras Raquel Branquinho e Nathália Mariel Ferreira de Souza, coordenadoras do Grupo de Trabalho para Prevenção e Combate à Violência Política de Gênero do MP Eleitoral, viram indícios de violência psicológica.
De acordo com a representação, Ratinho também pode ser enquadrado pelo crime previsto no artigo 326-B do Código Eleitoral. O texto proíbe "assediar, constranger, humilhar, perseguir ou ameaçar, por qualquer meio, candidata a cargo eletivo ou detentora de mandato eletivo, utilizando-se de menosprezo ou discriminação à condição de mulher ou à sua cor, raça ou etnia, com a finalidade de impedir ou de dificultar a sua campanha eleitoral ou o desempenho de seu mandato eletivo".
O pedido foi enviado ao gabinete do procurador-regional eleitoral Zilmar Drumond.
A reportagem buscou o posicionamento do apresentador Ratinho, mas não obteve retorno. O espaço está aberto.
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