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Whindersson Nunes defende Neymar após briga com Luana Piovani e polêmica da 'PEC das praias'

São Paulo

04/06/2024 13h00

O comediante Whindersson Nunes se pronunciou sobre a polêmica que envolveu Neymar e a atriz Luana Piovani sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 3/2022, batizada de "PEC das praias". Em uma publicação feita no X, antigo Twitter, Whindersson lembrou que o jogador emprestou seu jato para entregar oito drones na tragédia que atinge o Rio Grande do Sul.

"A irmã do Ney, a Rafa, simplesmente mandou o jato do Ney entregar oito drones de levar comida e água para pessoas ilhadas, sem pestanejar, sem pedir favor, difícil hoje em dia", escreveu. "Sempre que eu faço uma m**** não pública, eu penso: ‘Me defenderiam disso? Qual seria o preço?’."

O humorista opinou achar "privatizar praias burrice ou mau-caratismo" e chegou a citar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "Nosso presidente aperta mão de pessoas que não gostamos todos os dias, e todos sabemos o porquê. Ou mau-caratismo ou inteligência?", disse.

Whindersson, por fim, agradeceu à irmã de Neymar, Rafaella Santos, ao jogador e às pessoas que prestaram auxílio ao Rio Grande do Sul. O comediante se envolveu diretamente para ajudar às vítimas da tragédia e chegou a arrecadar milhões em doações.

Após a publicação, internautas criticaram a comparação do humorista. "Esse malabarismo todo para tentar defender o Neymar?", questionou o internauta. "Mas qual a relação entre se solidarizar com a situação do Rio de Grande do Sul e isso?", perguntou outra.

Whindersson também usou sua conta no X para fazer diversas postagens e rebater as críticas. Em uma delas, o comediante republicou um texto em apoio a ele e escreveu: "Obrigado por não entrar na onda de me odiar, porque eu não tenho más intenções com esse País. Sei muito bem o que eu estou fazendo".

Entenda o caso

A briga entre Luana Piovani e Neymar começou na quinta-feira, dia 30, após ela publicar vídeos em suas redes sociais pedindo que as pessoas fossem contrárias à "PEC das praias". Neymar foi associado ao tema por uma parceria que fechou com uma incorporadora, a Due, em um projeto anunciado como "Caribe brasileiro". O projeto prevê imóveis de alto padrão em uma área de 100 quilômetros entre os litorais de Pernambuco e Alagoas.

A incorporadora Due, parceira do atacante, nega que a PEC vá beneficiar seu empreendimento.

Em meio à discussão, Luana chamou o atleta de "péssimo cidadão, pai e marido", além de "mau-caráter". Neymar, por sua vez, disse que a atriz é "maluca" e a acusou de querer "lacrar na internet".

A briga já envolveu o humorista Diogo Defante, que pediu desculpas por um comentário que fez sobre o assunto, e o surfista Pedro Scooby, que se posicionou sobre o tema após ser cobrado pela atriz. Até a mãe de Luana, Francis Piovani, gravou um vídeo para defender a filha.

O que é a 'PEC das Praias'

Atualmente, a lei prevê que, embora os ocupantes legais tenham a posse e documentos do imóvel, as áreas litorâneas, inclusive as praias, pertencem à União e não podem ser fechadas. Ou seja, qualquer cidadão tem o direito de acesso ao mar. Com a extinção do terreno de marinha, o proprietário passaria a ser o único dono, podendo transformar a praia em espaço particular.

A PEC em questão quer retirar a obrigatoriedade de pagamento de taxa à União por pessoas que ocupam essas áreas.

Além disso, esses territórios poderiam ser transferidos a entes privados mediante pagamento. Atualmente, o imóvel é compartilhado entre o morador ou ocupante, que detém 83%, e a União, com 17% da área.

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse nesta segunda, 3, que o governo é contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 3/2022. Conforme o ministro, a gestão do presidente Lula irá trabalhar contra a proposta na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).

Segundo Padilha, a discussão entre Neymar e Piovani nas redes atraiu atenção para a PEC e "teve uma coisa positiva porque deu visibilidade ao tema".

O relator da PEC, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), já se posicionou favorável ao projeto que, segundo ele, vai atingir 521 mil propriedades cadastradas pela Secretaria de Patrimônio da União (SPU).

De acordo com ambientalistas, a medida pode resultar na privatização de praias e traz riscos de agravamento da crise climática. Já os defensores da proposta, incluindo Flávio Bolsonaro, falam que a medida vai facilitar o registro fundiário e a geração de empregos.

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