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Cazuza inédito: livro revela 27 poemas do cantor que morreu em 1990

Capa do álbum "Exagerado", de Cazuza Imagem: Divulgação

19/09/2024 07h01

Dois novos livros celebram Cazuza (1958-1990), resultado das habilidades de arquivista de Lucinha Araújo. A mãe do artista guardou fotos, escritos, objetos pessoais, letras de música e todo tipo de registros do filho desde a infância.

O primeiro livro reúne 238 poemas, dos quais 27 são inéditos, escritos entre 1975 e 1989. Eles foram encontrados em uma pasta do amigo de Cazuza, o produtor musical Ezequiel Neves (1935-2010), que foi entregue a Lucinha quando ele morreu.

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Intitulado "Meu Lance É Poesia", traz achados como as primeiras versões de versos conhecidos da música "Exagerado" e um poema de Cazuza para uma amiga, a artista Katia Bronstein.

"Os poemas que mais me impressionam são os de versos longos e com experimentação da linguagem poética, como "Work in Progress" e "Cineac Trianon", ou ainda a beleza de "Entre Livros", sobre a paixão por uma leitora, numa biblioteca.

Cazuza, antes de poeta, era um grande leitor", diz o escritor Ramon Nunes Mello, que cuidou da pesquisa e organização do livro, sobre as letras inéditas.

Além disso, um dos novos poemas, "Tamanho da Vida", foi musicado pelo Barão Vermelho, a banda de rock em que Cazuza iniciou a carreira como vocalista e letrista.

Cazuza em novembro de 1985, quando lançou "Exagerado" Imagem: Avani Stein/Folhapress

Já a fotobiografia "Protegi Teu Nome por Amor" traz 700 imagens que revelam a formação de Cazuza, que passa pela fotografia, artes visuais e teatro, além da música e da poesia.

Os registros mostram o início do relacionamento dos pais do cantor, Lucinha e João Araújo, fundador da gravadora Som Livre; a infância em Vassouras e no Rio; a busca pela poesia ainda na pré-adolescência, por incentivo da avó materna; os estudos de fotografia e artes visuais que fez nos Estados Unidos; a paixão pelo teatro com a trupe de Perfeito Fortuna no Parque Lage e no Circo Voador; o sucesso com a banda Barão Vermelho e em sua carreira solo; e a luta contra a aids.

Cazuza deixou o Barão Vermelho em 1985 e morreu cinco anos depois, em 7 de julho de 1990, aos 32 anos, de complicações da aids.

Além das imagens que trazem muitas histórias, o livro reúne depoimentos dos principais amigos e parceiros de Cazuza: Waly Salomão, Caetano Veloso, Patricia Casé, Marina Lima, entre outros. Gilberto Gil assina o prefácio do livro e o texto da quarta capa é de Pedro Bial, amigo de infância de Cazuza.

"Sempre quis fazer esse livro. Há quase 20 anos, lancei uma obra com as letras e as canções de Cazuza, mas queria uma coisa mais completa porque tenho 88 anos. A minha cabeça está muito boa, mas não sei mais por quanto tempo vou viver. Então, eu queria deixar um testamento para o Brasil", diz Lucinha Araújo.

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