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Mulher de Eduardo Cunha ofereceu talk-show a três TVs

Claudia Cruz no "Jornal Hoje", em 1999 - Reprodução/YouTube
Claudia Cruz no "Jornal Hoje", em 1999 Imagem: Reprodução/YouTube

Colunista do UOL

15/01/2016 08h00

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A enxurrada de denúncias recentes contra o deputado federal e presidente da Câmara, Eduardo Cunha, fez mais estragos, além de aniquilar a pouca reputação que lhe restava. Sua mulher, Claudia Cruz, também alvo de investigações da Lava-Jato, viu ruir seu acalentado sonho de voltar à TV aberta.

Até meados do ano passado, antes do escândalo das contas na Suíça, Claudia vinha oferecendo um projeto de talk-show a várias emissoras. Band, RedeTV! e Record foram sondadas pela ex-jornalista da Globo.

Amigos de Claudia começaram a ser contatados por ela no começo do ano passado, logo depois de Cunha ser eleito presidente da Câmara.

Ela procurou velhos amigos na Band, Record e na RedeTV! aos quais apresentou seu projeto: uma mistura de talk-show político com programa de variedades. Uma das fórmulas seria uma atração semanal, com duração de duas horas.

Conforme disse em pelo menos uma mensagem enviada a um amigo da RedeTV! (que pediu anonimato), Claudia disse: “Posso usar minha grande rede de amizades e também as do Eduardo” para levar convidados de peso ao programa.

A jornalista só podia procurar essas três emissoras porque, ao menos desde 2001 as portas da Globo fecharam para ela.

Ela já havia sido âncora do “Bom Dia Rio”, “RJTV” e “Jornal Hoje”, além de eventualmente participar do “Fantástico”.

Sua saída da Globo, porém, foi cheia de mágoas e envolveu um processo trabalhista pesado que durou sete anos, e só acabou em 2008 --com a derrota da Globo. Segundo estimativas, a emissora teve de lhe pagar por volta de R$ 3 milhões em indenizações.

Justamente por isso ela sabia que jamais teria chance de voltar a qualquer veículo do Grupo Globo --que domina a TV por assinatura. Assim, sobraram poucas alternativas.

Claudia Cordeiro Cruz, 48, está sendo investigada pela Receita Federal com seu marido, e também por promotores.

A Justiça da Suíça localizou contas usadas por ela e uma enteada, Danielle Ditz da Cunha, sem comprovação de origem dos recursos. Claudia também é sócia do marido em empresas que são alvos de investigação pela Procuradoria Geral da República e Receita Federal.