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Morre aos 86 anos Nikolaus Harnoncourt, o maestro "fofo"

Nikolaus Harnoncourt, que morreu ontem (5) aos 86 anos, rege a Filarmônica de Viena - Reuters
Nikolaus Harnoncourt, que morreu ontem (5) aos 86 anos, rege a Filarmônica de Viena Imagem: Reuters

06/03/2016 15h01Atualizada em 08/03/2016 11h26

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Morreu ontem (5 de março) em Viena o maestro alemão  Nikolaus Harnoncourt, um dos últimos expoentes da música clássica do século 20. Segundo postagem na internet da própria família, Harnoncourt morreu em casa, sob cuidados, aos 86 anos, e na cidade que o adotou e amou. Ele nasceu em Berlim.

O maestro era conhecido não só por seu imenso talento como regente ou por sua precisão, mas também por ser um fofo: Nikolaus gostava de interromper suas apresentações mais informais e, entre uma música e outra, simplesmente conversava e brincava longamente com o público. Chegava a contar piadinhas.

Harnouncourt era exímio violoncelista e um CD seu chegou a ganhar um Grammy em 2001, pela gravação da espetacular "Paixão Segundo São Matheus", de Johann Sebastian Bach.

DEPOIMENTO

Tive a sorte não só de assistir a um concerto do maestro em março de 2011, em Viena, como também o conheci pessoalmente. E, claro, o tietei.

Maestro Harnoncourt olhou para as mãos e demorou a entender que o livro no qual eu lhe pedia autógrafo era de sua autoria mesmo, edição em português: o musicalmente filosófico “O Discurso dos Sons” (Jorge Zahar, 272 págs.)

“Onde arrumou isso”, perguntou irônico em alemão (com tradução simultânea de minha amiga e pianista brasileira Barbara Garcia-Gangl).

Entre as regências mais famosas (e disputadas) de Nikolaus Harnoncourt estão os concertos de Ano Novo da Filarmônica de Viena --eternamente no ranking das melhores orquestras do mundo.