Guerra do bife: Olivier Anquier e empresário travam batalha judicial em SP
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O chef e apresentador de TV Olivier Anquier (GNT) está sendo processado pelo empresário do ramo de restaurantes José Carlos Semenzato, naquela que vem sendo chamada de “a guerra do bife”. E trata-se de um bife bem caro e específico: o tenro entrecôte, conhecido no Brasil como filé da costela bovina.
Na guerra que se arrasta na Justiça, Semenzato, dono da franquia L'Entrecôte de Paris, pede R$ 1 milhão de indenização por danos morais, materiais e difamação contra o dono do L'Entrecôte D'Olivier.
Grosso modo, Semenzato, 48 anos, acusa o “inimigo” de tentar se apropriar de uma receita universal, do nome do corte da carne e do chamado conceito de restaurante de prato único.
Nas duas casas só é servido um tipo de carne: o entrecôte.
Semenzato diz que a publicidade do rival era ofensiva. Ele acusa Olivier de promover propagandas irregulares e “depreciativas” para sua rede de franquias, já que o L'Entrecôte D'Olivier dava a si o epíteto de “o original”. Não pode, diz o empresário.
“Eu não quero briga, na verdade só estou lutando para que as coisas fiquem esclarecidas. Ele não é original, não é único, eu não roubei nada dele, ele não inventou essa receita e nem o conceito”, afirma o dono da SMZTO Holding de Franquias..
Procurado na última sexta-feira (6), Olivier rebateu os argumentos do adversário.
“Quem trouxe esse conceito fui eu, sim. Eu sou o pioneiro, a casa dele surgiu meses depois da minha. Ele copiou tudo. Até a fonte e a letra usada por nós nos letreiros e cardápios. Perceba que eu tive mudar o nome do restaurante para fugir da confusão”, rebate Anquier, 57 anos.
De fato, a casa original de Olivier (ainda hoje na rua Dr. Mario Ferraz, 17) nasceu em 2009 com o nome L'Entrecôte de Ma Tante (Entrecôte da Minha Tia), mas mudou cerca de quatro anos atrás para L'Entrecête D'Olivier. “Ele (Semenzato) causou confusão no mercado, para o público”, afirmou Olivier Anquier.
Meses depois de abrir sua casa, em 2009, Anquier viu o rival inaugurar um estabelecimento semelhante e não muito distante. O rival, aliás, prosperou e hoje conta com uma rede de 22 restaurantes país afora.
“Eu é que quero que as coisas fiquem esclarecidas”, protesta Olivier, hoje dono de dois Entrecôtes. “Nos meus restaurantes o cliente tem uma experiência que não pode ser reproduzida na concorrência”, cutuca.
Semenzato também se incomodou com o fato de o chef francês ter chamado seus restaurantes de “genéricos” em redes sociais.
“Não acho que genérico seja uma palavra ofensiva”, provoca o francês com um sorriso muito maroto.
COMO ESTÁ O CASO
A disputa que começou cerca de três anos atrás e até agora era desconhecida do grande público. “Estava demorando para o público saber e é bom que saiba”, afirma o chef do canal GNT.
O status atual da pendenga, que corre em sigilo, tem duas versões, de acordo com a parte ouvida, é claro.
Semenzato diz que Olivier perdeu a ação em primeira instância, mas o apresentador do GNT e empresário nega. “Que eu saiba eu não perdi nada”, declarou. O processo corre em sigilo.
Fontes independentes ouvidas pela coluna apontam que Semenzato de fato teria conseguido uma vitória inicial e parcial, mas o valor da indenização (pleiteado) já teria sido reduzido a no máximo R$ 200 mil. No entanto, cabem recursos para os dois lados e o caso está bem longe de acabar.
Um jantar na casa de Olivier, incluindo sobremesa e bebidas não alcoólicas, sai entre R$ 130 e R$ 140 por cabeça. Já na de Semenzato, o preço seria um pouco menor: cerca de R$ 120.
Twitter - @feltrinoficial
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