"É um pouco assustador", diz livreira processada por Edir Macedo
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
Mariângela Ribeiro Dias é dona de uma livraria e sebo na cidade de Resende (RJ). Ela está sendo processada pelo bispo Edir Macedo. O motivo é uma placa jocosa que ela colocou três anos atrás na entrada da Gregos e Troianos, uma Casa de Cultura.
Na semana passada, um professor de direito já havia postado no Twitter uma cópia da notificação da igreja, numa discussão jurídica com seguidores.
A placa,por sua vez, já havia "viralizado" no ano passado, mas a ação de Macedo, que alega danos morais, só chegou em 2019. É o processo 0004852-63 e ele corre na 2ª Vara Cível de Resende. Por ser pessoa idosa, Macedo, 74, obteve prioridade no trâmite da sua petição.
Na semana passada ocorreu o primeiro encontro entre advogados e os advogados da Igreja Universal recusaram qualquer acordo.
Macedo exige R$ 25 mil em indenização e mais uma retratação em primeira pessoa de Mariângela, em um formato e tamanho determinados, que deverá ser publicada no principal jornal da cidade.
"È um pouco assustador. Nós tiramos a placa para não complicar, meu marido (Luciano Gonçalves) me convenceu", diz a livreira à coluna.
Para ela, o que estava estava escrito na polêmica placa soava mais como sarcasmo e humor, não como ofensa. O casal já enfrentou outros "inimigos" bem mais agressivos, como um "bolsonarista" que, no ano passado, vandalizou a loja e ameaçou Luciano de agressão.
"Nós sempre usamos esse tipo de crítica, de humor (na livraria)", afirmou.
A polêmica placa diz: "Se você é racista, machista, homofóbico, se não acha que as "obras" de Bolsonaro, Malafaia, Edir Macedo envergonham a humanidade... Entre! Esta é uma casa de inteligência e cultura, nós podemos ajudar você."
Processo continua
Na segunda semana de julho os advogados de Mariângela e de Edir Macedo voltarão a se encontrar no Fórum de Resende.
Segundo a coluna apurou, os emissários de Macedo não aceitarão nenhum tipo de acordo, mais uma vez, e exigirão o cumprimento integral da demanda.
Mariângela admite que teme o desgaste e ter muito trabalho pela frente, caso a ação se arraste a instâncias superiores.
Mas, aparentemente, não parece muito disposta a pedir desculpas.
Ouvida pela BBC --que publicou uma entrevista com o casal na última sexta-- a Igreja Universal afirmou que "supõe-se que *um negócio) seja administrado por pessoas esclarecidas, que sabem que não há mais espaço no Brasil para o preconceito e o ódio religioso."
Segue a nota: "Trata-se de algo que não pode ser tolerado pela sociedade, nem por parte de grandes redes de lojas, tampouco em comerciantes locais", afirmou a igreja do bispo Macedo à BBC.
Ricardo Feltrin no Twitter, Facebook e site Ooops
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.