Demitido da TV Escola, apresentador faz desabafo pró-educação
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Resumo da notícia
- Murilo Ribeiro ficou na TV Escola por quase 20 anos
- Ele está entre as dezenas de demitidos por Bolsonaro
- TV dá ênfase às transmissões em Libras, a linguagem dos surdos
- "Olavetes" se apoderaram e destruíram uma das melhores TVs do país
O jornalista e apresentador Murilo Ribeiro foi um entre as dezenas de demitidos da TV Escola nos últimos dias.
Ele trabalhou na emissora por quase 20 anos. Antes de sair apresentava o "Salto Para o Futuro", um programa diário dedicado a auxiliar a formação de professores do ensino fundamental e médio.
Em seu canal no YouTube, Murilo publicou ontem um desabafo apaixonado e comovente sobre a emissora em que passou as últimas duas décadas.
"Luto na Educação: Bolsonaro decreta Fim da TV Escola" foi o título do vídeo postado por ele.
Aqui vale um adendo da coluna: o presidente da República, de fato, não está acabando com a TV Escola. Tampouco as demissões têm por finalidade economizar dinheiro público, como esta coluna publicou esta semana.
Bolsonaro está, isso sim, "aparelhando" a emissora pública (e a TV Brasil) com seus apoiadores. Algo que passou a campanha eleitoral em 2018 condenando e recriminando nas administrações petistas.
A verdade é que nem o PT se atreveu a mexer na TV Escola, que até Bolsonaro por a mão tinha uma das melhores programações —senão a melhor— da TV brasileira.
"Se você nunca viu a TV Escola e está batendo palma para o fim de um canal educativo, e fica repetindo que 'acabou a mamata', eu preciso te dizer que te desprezo profundamente. Esse vídeo não é para você. Pode sair. Vou dar até um tempo pra você procurar algum outro vídeo dizendo que a terra é plana", diz o apresentador na abertura (demolidora) do vídeo.
"O objetivo da TV Escola", continua, "sempre foi contribuir para que professores de todo o Brasil conseguissem planejar aulas mais ricas."
"Dizer que a TV Escola não dá audiência diz mais sobre o desinteresse do Brasil em educação do que propriamente sobre a programação do canal", afirma.
"Nós sempre soubemos que um país melhor só virá quando a educação for prioridade de governo, e não apenas slogan de campanha."
Além da TV Escola, o "bolsonarismo" também está aparelhando a TV Brasil. No final do ano passado o filho de um general foi nomeado para um cargo comissionado na direção da emissora pública.
O salário dele é de R$ 11 mil, quase o triplo da média do canal. O nomeado é recém-formado.
Ricardo Feltrin no Twitter, Facebook e site Ooops
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