Renúncia de Moro dá a canais de notícia recorde histórico de ibope
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A crise que se instalou no governo federal levou os dois maiores canais pagos de notícia do país, GloboNews e CNN Brasil, a registrar seus maiores índices de audiência.
Dados prévios e nacionais, mensurados pela Kantar Ibope Media, e obtidos com exclusividade pela coluna, mostram que ontem, entre 6h e 0h, esses dois canais dispararam no alcance de público no Brasil.
A GloboNews teve média de 2,3 pontos e 4,3% de share (participação no universo de TVs ligadas no país).
É o maior índice médio já alcançado pela emissora em mais de duas décadas.
A jovem CNN Brasil, com pouco mais de um mês de vida, também bateu seu recorde médio: 1,2 ponto e 2,2% de share (mais de 2 em cada 100 aparelhos com TV paga sintonizados).
Para comparação, a CNN registrou mais que o dobro do ibope obtido no mesmo horário pela RedeTV, que é canal aberto. Seu maior ibope até então havia ocorrido em 22 de março (0,72).
Já a GloboNews ontem, com seus 2,3 pontos de ibope, deu mais do que a Band obteve de média em todo o ano passado, por exemplo (1,5 ponto).
Os outros dois canais de notícia da TV paga também cresceram, mas de forma muito mais modesta: a BandNews e a RecordNews fecharam o dia com o mesmo índice: 0,2 ponto e 0,4% de share (lembrando que RecordNews é também um canal aberto em UHF).
Cada ponto nessa medição, chamada PayTV-PNT, equivale a cerca de 100 mil domicílios sintonizados nas 15 maiores regiões metropolitanas.
Os canais pagos, de forma geral, têm se beneficiado muito com o confinamento da população devido à pandemia de coronavírus, como esta coluna antecipou.
Ibope na TV, mas furo do jornal
As condições para o recorde da TV paga na verdade se deram graças a outro veículo: na quinta-feira o repórter Leandro Colon, da Folha, publicou com exclusividade que Moro havia decidido se demitir.
O motivo da renúncia ao cargo era que o presidente Jair Bolsonaro havia feito uma intervenção em sua pasta: Bolsonaro decidiu trocar o comandante da Polícia Federal.
A notícia causou um verdadeiro "terremoto" em Brasília. No início da manhã de ontem, Moro anunciou a coletiva que confirmaria o furo jornalístico da Folha.
Os desdobramentos, com o discurso de Bolsonaro no final da tarde, levaram ao recorde dos canais noticiosos.
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