Sem feijão mágico, Valdemiro corta pessoal de TV e atrasa aluguel
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
Desmentido oficialmente (pelos ministérios da Saúde e Público) por ter anunciado uma semente que curaria o coronavírus, dada aos fiéis desde que doassem R$ 1.000, o pregador Valdemiro Santiago continua em sérias dificuldades financeiras.
Mesmo ignorando a quarentena e tendo reaberto seus templos semanas atrás, muito antes da hora (e eles lotaram), o líder da Igreja Mundial do Poder de Deus está vendo o volume de dívidas crescer, enquanto os dízimos caem.
Por meio de comunicado oficial, a igreja rebateu vários itens desta reportagem (veja a íntegra no final do texto)
Várias contas da Mundial estão com atrasos: boa parte dos templos já tem débitos de aluguel, água, luz e outros custos de manutenção.
O pastor também está cortando salários e pessoal em sua rede de TV e de rádio, além de ter reduzido os pagamentos para uma parte da estrutura de sua igreja.
Além disso o auto-intitulado apóstolo tem insistido nas pregações na TV, nos últimos dias, para que os fiéis façam um "sacrifício extra" e doem mais que o dízimo nestes tempos de pandemia.
Durante a quarentena, Valdemiro postou um vídeo desabafando: "Vão quebrar a minha igreja", postou sobre a ordem de distanciamento social e de fechamento dos cultos.
Sobre a semente —que ficou conhecida como "o feijão mágico"—, o Ministério Público Federal exigiu que ele tirasse do ar em seu canal no YouTube todos os vídeos em que promete a falsa cura.
Outro pastor, R.R.Soares, também "lançou uma cura milagrosa baseada em uma "água consagrada" por ele.
Valdemiro não é o único em dificuldades: outros pastores como Silas Malafaia, Edir Macedo (que contraiu coronavírus) e R.R.Soares também se rebelaram publicamente contra a determinação de fechamento dos templos.
Boa parte deles, no entanto, já está reaberta.
Outro lado
"Sobre a nota acima, a Igreja Mundial do Poder de Deus enviou uma nota em que rebate informações contidas na reportagem. Segue a íntegra da nota, assinada pelo doutor Dennis Munhoz:
"Inicialmente cumpre salientar que a Igreja Mundial do Poder de Deus e o Apóstolo Valdemiro Santiago, têm como único e exclusivo propósito a
pregação e propagação da Palavra de Deus, observando os princípios bíblicos, ética e legalidade.
Não temos informação oficial ou extraoficial de qualquer procedimento judicial do Ministério Público Federal ou Estadual questionando o
assunto relativo à semente do feijão. A informação veiculada no portal do Ministério Público Federal/SP não diz respeito a investigação ou ajuizamento de ação envolvendo a Igreja ou o Apóstolo.
Nos vídeos divulgados pela imprensa, os quais foram maliciosa e rudimentarmente editados, não há menção de qualquer venda, nem tampouco a tentativa de atrelar-se a semente do feijão à cura do COVID-19.
A integralidade dos vídeos foi por nós preservada e, no momento oportuno será apresentados às autoridades, sendo certo que tal evento era relacionado a campanha do mês de maio (propósito espiritual). " Fake news " é tentar imputar a Igreja ou ao Apostolo Valdemiro Santiago a venda de promessa de cura.
A Igreja Mundial do Poder de Deus tem o trabalho mundialmente reconhecido e as ofertas são sempre espontâneas. O Apostolo Valdemiro Santiago dedica sua vida à pregação de Evangelho, levando a Palavra de Deus por todo o mundo. No que tange ao número de pessoas nos Cultos realizados na sede da Igreja, ressaltamos que estamos obedecendo rigorosamente aos limites e demais imposições das autoridades, quer seja quanto à higiene, quer seja quanto ao distanciamento mínimo.
Atenciosamente, Dennis Minhos, Igreja Mundial do Poder de Deus"
Ricardo Feltrin no Twitter, Facebook, Instagram e site Ooops
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.