Fechada e sob risco, Cinemateca de SP vira "arma" eleitoral
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Mais de um mês após ter sido tomada à força pelo governo federal e ainda fechada, a Cinemateca brasileira ganhou "utilidade" eleitoral para candidatos e seus apoiadores.
Tudo começou com Lula, que aproveitou o 7 de Setembro para cutucar o governo de Jair Bolsonaro e seus apaniguados.
"A Cinemateca, onde está depositado um século da memória do cinema nacional, corre o sério risco de ter o mesmo destino do Museu Nacional", declarou o petista em vídeo, ilustrando a fala com manchetes desta coluna sobre o assunto.
Márcio França, candidato do PSB à Prefeitura de São Paulo, saiu na frente dos rivais na "utilização" da Cinemateca na campanha.
Em um claro lance de marketing eleitoral, França, 57 anos, afirmou que, se for eleito, tomará posse na sede do órgão audiovisual no dia 1º de janeiro.
Certamente um dos alvos de França e outros candidatos municipais será o atual prefeito e candidato à reeleição, Bruno Covas, 40 anos.
Isso porque, em julho, Covas teve a chance de intervir na crise e salvar a Cinemateca em pleno impasse entre a fundação Roquette Pinto (até então gestora do órgão) e a Secretaria federal de Cultura.
Mesmo com apoio de vereadores de São Paulo e com dinheiro em caixa disponível, Covas demorou tanto para agir que deu tempo para a reação de Bolsonaro, que tomou a Cinemateca (com apoio de policiais federais).
O tucano chegou a comemorar com aliados a "salvação" do acervo. A "salvação" durou pouco.
A atitude federal, no entanto, foi irregular: o termo de doação da Cinemateca à União veta que o governo federal comande o órgão audiovisual. Covas não abriu a boca a respeito.
A Cinemateca está fechada desde o final do ano passado, quando o governo federal decidiu rescindir unilateralmente o contrato com a Roquette Pinto.
O contrato tinha validade até março do próximo ano, segundo a fundação, que ainda tem milhões para receber por serviços prestados.
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