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A TV por assinatura está murchando no mundo todo.
Nos Estados Unidos, país que "inventou" essa mídia e chegou a ter mais de 90 milhões de assinantes até cinco anos atrás, o esvaziamento ocorre a olhos (e bolsos) vistos. Hoje são menos de 73 milhões. E a queda continua.
Só nos últimos três anos a TV por assinatura norte-americana perdeu mais de 13 milhões de assinantes, o que é quase "um Brasil" inteiro de assinantes (14,8 milhões).
Somente nos últimos cinco anos, cerca de 18 milhões de lares norte-americanos desistiram de pagar para ter TV paga. Eles têm se mantido apenas com o conteúdo em internet e streaming.
Cord cutters
O fenômeno tem até um nome para defini-lo: "cord cutting" ou "cord cutters" (os "cortadores de cabo").
Esse fenômeno está crescendo no Brasil também.
Desde 2014, cerca de 1 em cada 4 famílias brasileiras que tinha TV por assinatura também desistiu de continuar pagando operadoras de TV.
Só no ano passado a TV paga brasileira perdeu quase 800 mil assinantes, como esta coluna informou recentemente.
Essa situação se agravou (para as operadoras) nos últimos dois anos com a explosão dos serviços de streaming no Brasil e o aprofundamento da crise econômica e do desemprego.
E o Brasil tem outros "fenômenos" que complicam ainda mais a situação.
A saber:
1) a pirataria de sinais da TV por assinatura, que está sendo facilitada por novos equipamentos e aplicativos (como a IPTV, que são vendidos em qualquer lugar); 2) a crescente perda de empregos dos brasileiros; 3) a péssima grade de programação, baseada em repetições infinitas dos mesmos programas, além dos intervalos "comerciais" constantes e cansativos; 4) preços considerados abusivos (as operadoras negam).
A TV paga brasileira terá de se reinventar se quiser continuar relevante.
Ricardo Feltrin no Twitter, Facebook, Instagram e site Ooops
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