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Desde meados do ano passado, a Kantar Ibope Media já vem medindo o consumo de streaming no Brasil —dados que esta coluna vem informando com exclusividade nos últimos meses.
Hoje já sabemos que o consumo de streaming no Brasil (todos os serviços) só perde em audiência para a Globo.
Mas, a partir deste ano, começará a ser medido também o ibope individual de cada um desses serviços.
Ou seja, em breve, além das audiências da TV brasileira aberta e paga —que você se acostumou a acompanhar aqui no UOL—, todos saberemos também o ibope dos novos queridinhos do público: Netflix, Globoplay, Amazon Prime, HBO, Disney etc.
Mudança vai ser cara
É uma grande mudança —e também um investimento alto.
A Kantar começou a acrescentar novos aparelhinhos de medição de ibope iem parte dos 6.600 domicílios onde os "peoplemeters" estão espalhados hoje —pelas 15 maiores regiões metropolitanas do país.
É o resultado do consumo visual dessas famílias que chega até o público como o tal do ibope (saiba como é feita a escolha dessas pessoas e famílias).
Em outras palavras: o ibope não vai medir mais apenas TV, e sim "vídeo", de forma geral.
É uma mudança no conceito da empresa, única a trabalhar com esses dados de forma transparente e organizada no Brasil.
Roteador tudo sabe, tudo vê
Uma das grandes mudanças é que o aparelhinho chamado "peoplemeter" vai ter a companhia de outro, mais moderno, chamado de "focal meter".
O focal será instalado no roteador das residências e terá acesso não só à mídia para a qual cada indivíduo daquela família ou toda família está assistindo ou usando sua TV (se é para ver TV aberta, TV paga, brincar com games ou se está acessando "alguma coisa" em streaming).
Pois acabou o "alguma coisa".
A partir de agora a Kantar saberá, por meio do acesso direto ao roteador, a tudo o que a pessoa/família está vendo no streaming: que serviço, por quanto tempo, quantas vezes por dia, qual o seriado etc.
Com isso, a direção da empresa de medição afirma que está dando um passo adiante e acompanha a evolução do consumo de mídias.
Ainnn, e o ibope da TV aberta?
Calma. As audiências da TV aberta e da TV por assinatura continuarão a ser medidas normalmente, como hoje.
O "peoplemeter" não será aposentado, é bom lembrar. Ele segue em uso (até segunda ordem) ao lado do "focal meter".
A metodologia está obviamente ciente das características socioeconômicas do país, e sabe que grande parte dos brasileiros não tem nem streaming e nem sequer internet em casa.
É por isso que cerca de 40% dos 6.600 domicílios monitorados pela empresa no Brasil não receberão este ano o Focal Meter, o novo aparelhinho de medição.
Como esta coluna informou com exclusividade em outubro do ano do ano passado, cerca de 80 milhões de brasileiros só têm TV aberta como entretenimento doméstico.
Podem até ter alguma internet em seus celulares, mas em planos de baixo custo.
São pessoas que não têm banda larga, fibra ótica, nem nada de SmarTV ou streaming.
Grosso modo, isso exemplifica a importância e resiliência da TV aberta num país basicamente pobre (55 milhões abaixo da linha da pobreza).
Sim, o público da TV aberta vem caindo de forma visível: nos últimos anos e décadas essa modalidade de mídia perdeu quase metade de seus "consumidores".
Mas, ainda parece ter uma longa vida pela frente, convivendo com TV paga. streamings, games e mais o que surgir no futuro.
Ricardo Feltrin no Twitter, Facebook, Instagram e site Ooops
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