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Renata Afonso acaba de assumir a presidência da CNN Brasil no lugar de seu fundador, Douglas Tavolaro, que deixou a emissora após um ano.
A nova CEO tem muitos desafios pela frente. A saber:
o posicionamento editorial e a narrativa do noticiário político para o público do canal sob sua gestão;
a ameaça ao trabalho dos jornalistas nas ruas, como ocorrido no último fim de semana, quando um repórter da casa foi hostilizado e ameaçado quando cobria manifestação pró-Bolsonaro no Rio;
a necessidade de atingir uma plateia maior que a atual sem perder seu DNA —que é voltado ao público de maior escolaridade e poder aquisitivo;
a exploração e ampliação da publicação de seu material em várias plataformas;
a pirataria de seu conteúdo
Não é pouco, mas, para quem já trabalhou em cargos executivos na Globo (TV Tem), Band, RedeTV e como produtora executiva na HBO, parece ser bem alcançável.
Apesar de ser avessa a entrevistas e da aparência quase sempre séria em fotos, pessoalmente Renata, 48 anos, é risonha e afável.
Inclusive define a si própria como uma "cachorreira".
"Sou daquelas que pegam cachorros e gatos nas ruas", diz a CEO à coluna. Ela foi uma das fundadoras do programa "Late Show", com Luisa Mell, na RedeTV.
A seguir, um resumo do pensamento de Renata Afonso sobre a nova empreitada à frente da CNN Brasil.
O que é preciso mudar na CNN?
"Não sei se precisa mudar algo, eu diria que temos de evoluir. Expandir os horizontes da emissora e da marca."
A CNN tem público altamente qualificado, mas pouca audiência. Qual a importância do ibope para você?
"Falar que não liga para o ibope sendo um veículo de comunicação de massa não tem sentido. Mas, quando vemos que nosso público tem alto nível social e de escolaridade, vemos também que há poucos produtos (e conteúdos) para esse segmento.
Veja a política, por exemplo: não é um assunto fácil, não tem um alcance muito grande junto à população em geral.
O que posso garantir é que a CNN Brasil será muito maior que um canal de TV paga. Ela tem de ser uma marca que 'transborda' as telas de forma geral."
Agressões contra jornalistas
"É muito triste como a imprensa está sendo tratada, como está sendo vista por uma pequena parcela da população. É uma parcela ruidosa, mas de fato é uma minoria.
É triste, inaceitável que um profissional (Pedro Duran), no exercício de sua profissão, de seu trabalho, seja tratado e ameaçado daquela forma (como no Rio). É um trabalhador, merece respeito.
Infelizmente estamos vivendo um momento de polarização no país, um afase de (extrema) incompreensão sobre o trabalho da imprensa."
Ao mesmo tempo outra parcela chama a CNN Brasil de "governista" e "bolsonarista"
"Isso é reflexo desse Brasil polarizado. As pessoas não conseguem enxergar nada e ninguém como sendo de centro. Ou é uma coisa ou é outra. Se você critica um lado ou o elogia, obviamente já é visto como inimigo pelo outro lado.
Hoje os atos mais banais são tratados como políticos.
O que posso garantir é que a CNN Brasil sempre será de centro, imparcial e com compromisso apenas com a notícia."
Colunistas 'bolsonaristas' da CNN, como Alexandre Garcia
"Quero dizer que sou 100% favorável ao debate de opiniões. Sou a favor de um antagonismo civilizado.
Meu sonho é que um dia cheguemos a uma situação em que dois debatedores antagônicos cheguem a um consenso (risos)."
Falta de entretenimento na CNN Brasil
"Você tem toda razão. Nosso DNA é a informação e falta, sim, cobertura maior do que chamamos de 'softnews'.
Mas, posso adiantar, já estamos com um plano de criar e divulgar mais esse tipo de informação. A princípio deverá ser nos finais de semana. A CNN tem que ter, sim, esse produto. Pode esperar."
Pirataria de conteúdo
"A pirataria não é um problema só da TV paga, é um problema para o país todo, afeta toda a cadeia produtiva e de todo setor. Tem que ser combatida, sem dúvida".
Ricardo Feltrin no Twitter, Facebook, Instagram e site Ooops
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