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Nem parece, mas Gordon Matthew Sumner, ator, cantor, compositor e fundador da lendária banda britânica The Police, mais conhecido como Sting, completa 70 anos neste sábado (2)
Para marcar a data, esta coluna preparou um bom material em homenagem a um dos maiores criadores de hits de todos os tempos, além de multi-instrumentista brilhante.
Segundo dados do Ecad (Escritório Central de Arrecadação de Direitos), só no Brasil ele tem mais de 400 composições registradas no banco de dados (como autor solo ou em parcerias).
Apesar de Sting ter uma vida praticamente oposta ao que estamos acostumados a ver no mundo dos rockstars —nunca foi um drogado maluco, nem um "comedor" compulsivo de tietes ou dado a escândalos na vida pessoal—, sua história tem algumas passagens bastante sombrias e tristes.
Perda dos pais
Dois duríssimos golpes que Sting sofreu ocorreram num só ano (1987): ele perdeu seu pai e sua mãe, ambos vítimas de câncer.
O pai Ernest se foi quando tinha 61 anos; a mãe, Audrey, apenas, 56.
Além de ficar devastado por anos e anos após as mortes, Sting desenvolveu ainda uma justificada paranoia de que também poderia morrer cedo devido à mesma doença dos pais.
Segundo o biógrafo Wensley Clarkson, isso o fez redobrar os cuidados com a própria saúde e a fazer exames gerais a cada seis meses desde então.
Na autobiografia "Fora do Tom" (ed. Cosac Naify, 2006) ele relata com detalhes suas visitas aos pais que já estavam divorciados e ambos desenganados.
Ele conta que o engenheiro e depois vendedor de leite Ernest jamais aprovou sua carreira musical. Tampouco era dado a atos afetuosos.
Porém, no leito de morte, quando Sting diz, tentando puxar conversa e confortar o pai, que era notável como as mãos de ambos eram parecidas, o pai enfim abriu o coração e reconheceu que o filho era um astro:
"Você pelo menos usou as suas de uma forma boa".
Poucos meses depois, ainda em 1987, a afetuosa Audrey também deixaria este mundo de uma forma muito mais leve.
Sting conta que por muitos anos ela traiu o pai, porém sempre foi apegada e amorosa com a família. Audrey também encarou a morte de uma forma muito mais desapegada que o ex-marido.
Quem não conseguiu encarar da mesma forma foi seu filho mais velho (Sting tem mais um irmão e uma irmã).
Cadáver no quintal
Por volta de 1990, Sting e a mulher, Trudie, se mudaram para uma imensa propriedade chamada de Lake House, em Wiltshire, um condado no sudoeste da Inglaterra.
Apesar do nome "lake" (lago), a casa tinha um regato corrente, mas não um lago como conhecemos. Trudie cismou que deviam cavar uma área da propriedade e criar um lago, para imenso desgosto de Sting. Trudie bateu o pé.
Durante a obra de escavação, a mórbida surpresa: encontraram um corpo de mulher que, tudo indicava, fora assassinada em um ritual macabro.
Suas mãos estavam amarradas, ela foi virada com rosto enfiado na lama e ainda colocaram uma enorme viga de madeira em suas costas para que morresse sufocada. Uma morte horrível.
Sting acabara de chegar dos EUA e afirma que suou frio ao saber da notícia.
Ele já imaginou o escândalo que os tabloides ingleses fariam (já o estavam infernizando por causa da obra do lago), e que certamente seria acusado de assassinato.
O cantor só ficou aliviado quando arqueólogos britânicos fizeram exames no cadáver e identificaram que a mulher —na verdade uma garota de uns 19 anos de idade— havia sido morta por volta do ano 400 d.C.
Ninguém jamais soube descobriu sua identidade, tampouco porque foi assassinada de forma tão medonha.
RIP, garota desconhecida
Tomado de empatia e de tristeza pela forma doentia com que aquele ser humano fora assassinado, Sting e a mulher tiveram a decência e coração de lhe preparar um ritual fúnebre e de enterrá-la num "mausoléu" criado no lago.
Com direito a cerimônia religiosa e uma festa com cantoria, comes e bebes por toda a madrugada.
Agora a garota podia descansar em paz. E Sting também.
Tudo por causa da determinação (ou intuição) de sua mulher, Trudie.
Ricardo Feltrin no Twitter, Facebook, Instagram e site Ooops
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