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Ricardo Feltrin

REPORTAGEM

"É como escalar pico K2", diz Karina Oliani sobre a 1ª gravidez

A médica, apresentadora e aventureira Karina Oliani entra no 8º mês de gestação - Estefania Torres Garcia/Instagram
A médica, apresentadora e aventureira Karina Oliani entra no 8º mês de gestação Imagem: Estefania Torres Garcia/Instagram

Colunista do UOL

23/01/2022 00h09

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Aventureira, médica, piloto de helicóptero e apresentadora de TV, Karina Oliani está vivenciando sua primeira gravidez aos 39 anos.

Ela e o marido e parceiro de escaladas, Máximo Kaush (montanhista profissional, como ela), ficaram surpresos com a gravidez.

Não foi nada planejado. Tanto que Karina diz que havia congelado óvulos e que ela e Max faziam planos de ter o primeiro bebê por volta de 2023 ou 2024.

Mas, a menininha que está em sua barrigona, e que está entrando no oitavo mês de gestação, ignorou todo planejamento familiar.

Karina afirma que não sentiu enjoos, mas teve de enfrentar um problema relevante: no momento que descobriu a bebê, ela estava fazendo tratamento com um fortíssimo antibiótico para tratar uma infecção complicada no tornozelo —e que ainda não foi vencida.

A apresentadora já atravessou um vulcão ativo numa corda, escalou o Everest duas vezes (por duas faces diferentes) e é a primeira brasileira a escalar o perigosíssimo pico K2, na fronteira da China com o Paquistão. Mas, gerar uma criança é a maior e mais longa de suas aventuras:

"Acho que, se tiver que fazer uma comparação, seria equivalente a escalar o pico K2 enquanto estava me curando da Doença de Lyme", diz ela, em referência ao feito de três anos atrás, quando conquistou o pico de uma das montanhas mais difíceis do mundo.

Veja abaixo a entrevista.

Há exatamente três anos eu te entrevistei e perguntei se você, uma aventureira nata, pensava em engravidar. Você disse que pensava, mas que tinha dúvidas. Pelo jeito as dúvidas acabaram (rs)

Karina - Olha, eu tinha congelado óvulos, sabia que, em algum momento, a vontade de ser mãe iria "bater".

Mas, confesso que essa gravidez nos pegou de surpresa. Estávamos começando a falar de filhos, mas lá para 2023 ou 2024... Mas, enfim, ela decidiu antecipar!

E, claro, estamos muito felizes. Mas tive que me desdobrar para me adaptar e terminar alguns trabalhos e projetos que estavam em andamento.

Como está indo a gravidez, é uma experiência que pode ser comparada com algum tipo de aventura ou desafio?

Karina - Está bem... Eu não tive nenhum sintoma ruim, nenhum enjoo no início.

Só que eu estava no meio de um tratamento com antibiótico de uma bactéria no tornozelo (uma nocardiose cutânea) e, quando descobri a gravidez, tive que parar imediatamente.

Aí a infecção voltou a espalhar, e meu infectologista adaptou e me passou um outro antibiótico, que não está resolvendo.

Resumindo: passei a gravidez toda tomando antibióticos fortíssimos e tendo os efeitos adversos de uma "antibioticoterapia" tão prolongada.

Acho que, se tiver que fazer uma comparação, seria equivalente a escalar o K2 enquanto estava me curando da Doença de Lyme.

Vocês já sabem o sexo do bebê?

Karina - Sim, vou ganhar uma parceirinha de aventuras!

Como fica agora a sua carreira? Digo, com o bebê você pensa em tirar o pé do acelerador no limite? Porque você já atravessou vulcões, escalou o Everest duas vezes, primeira brasileira no topo do K2. E agora? O que temos pela frente? Uma mãe em tempo integral ou a aventureira continua?

Karina - Minha carreira na verdade já estava bastante alterada com a pandemia. Esses dois anos de Covid-19 certamente desaceleraram o mundo, né?! Mas, os planos são de que ela se adapte a nossa vida, e não o contrário.

Tanto eu, quanto o pai dela, o Max, pretendemos continuar com todos os nossos projetos e ela estará agora inserida neles ou na maior parte deles.

Vou ser mãe sempre, como sou médica sempre, mas sem deixar que isso mude minha carreira, o que eu curto fazer ou quem eu sou.

Fale (de novo) de onde veio esse seu espírito desafiador, de nunca parar?

Diz minha mãe que isso nasceu comigo. Meus pais contam que desde pequena eu já brincava diferente.

Ela conta que enquanto minhas duas irmãs brincavam com a casinha de boneca que tínhamos, ao me procurar, eu estava pendurada no telhado da casinha. Ou amarrava uma corda na chaminé para descer de rapel.

Ou seja, parece que eu já curtia uma aventura, desbravar, o contato com a natureza.

E conforme fui crescendo, ela disse que os desafios ficavam proporcionais e iam aumentando.

Se sua filhota quiser seguir sua carreira você ficaria confortável?

Karina - Ai, ai, ai, que difícil viu... Acho que ficaria desconfortável algumas vezes. Se a filha de vocês quiser escalar o K2, vocês vão gostar?

E a primeira reação que tivemos , inclusive respondemos ao mesmo tempo foi: "Claro que não".

Depois a gente se olhou e começou a rir.

Mas, certamente ficarei mais confortável se ver que ela treina bastante e se prepara bem para as aventuras ou projetos que escolher.

E eu vou ser a maior incentivadora dela. E fazer de tudo pra que ela faça o que a fizer mais feliz e realizada.

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