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Funcionários da TV Cultura, que não recebem reajuste salarial há oito anos, rebateram a declaração do governo do Estado a esta coluna, última segunda, de que não tem ingerência na emissora e que isso é função da Fundação Padre Anchieta, controladora da TV.
Eles rebatem argumentando (com números) que é o governo Estado que repassa anualmente um orçamento para a TV, e que esse orçamento cai ano após ano.
As críticas não se dirigem especificamente ao governador João Dória, mas a todos os seus antecessores tucanos, como Geraldo Alckmin.
Dados consolidados mostram que o governo de SP vem "cortando recursos sistematicamente e sucateando a emissora", afirmam.
Segundo o site oficial da Fundação Padre Anchieta, em 2011 o Governo de São Paulo repassou cerca de R$ 115,5 milhões à Cultura.
Desse montante, R$ 82,5 milhões foram para despesas com pessoal. Para custeio, cerca de R$ 29 milhões. Para investimentos, menos de R$ 4 milhões.
O ano com menor verba
Porém, em 2021 o repasse chegou ao valor mais baixo em 10 anos: R$ 83,7 milhões.
Para pagamento de funcionários foram gastos cerca de R$ 64 milhões. No custeio, cerca de R$ 20 milhões. Mas, espantoso mesmo, foi o valor dedicado aos investimentos na emissora de 900 funcionários: apenas R$ 56 mil.
Considerados cálculos a partir da calculadora do IPCA, do IBGE, até novembro de 2021, aqueles 115 milhões e meio de 2011, deveriam ser hoje R$ 219,5 milhões.
"E isso só para manter a Fundação como estava, sem contratações ou avanços tecnológicos", dizem sindicalistas.
Outro lado - Governo de SP
Procurada, a assessoria de Imprensa do Governo de SP enviou a seguinte nota à coluna:
"O Governo de São Paulo informa que todas as solicitações de reajustes salariais das fundações devem ser submetidas e avaliadas pela Comissão de Política Salarial, que analisa caso a caso.
Os eventuais reajustes salariais, limitados à variação do IPCA dos últimos 12 meses, devem ser compensados com redução permanente com gasto de custeio e/ou pessoal.
Além disso, não é permitido aumento de despesa com pessoal a partir de julho, por causa da legislação eleitoral."
Réplica da coluna: Segundo os funcionários da TV Cultura, são 8 anos sem reajuste. Além disso, estamos em fevereiro, não em julho.
Outro lado - TV Cultura
Comunicada sobre o tema desta reportagem, a direção da TV Cultura não respondeu até a publicação deste texto.
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