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No último dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, cerca de 60 garotas se reuniram para uma festa fechada no Rio de Janeiro.
Regado com cerveja, salgadinhos, doces, sorvetes e hambúrgueres, o encontro das moças teve como objetivo marcar a efeméride —o dia delas, o empoderamento feminino e a amizade.
Foram cerca de 60 mulheres, segundo fotos postadas em redes sociais, e todas estavam vestidas com as mesmas camisetas pretas com os dizeres:
"Por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres".
Entre as festeiras estavam dezenas de funcionárias da Globo (de diversos departamentos), jornalistas e algumas atletas.
Até aí, nenhum problema
O único senão foi que a festinha saiu na "faixa" para o grupo.
O evento foi bancado por dez marcas diferentes de fornecedores de produtos que, em troca dos mimos calóricos, tiveram seus nomes e perfis marcados nas fotos das convivas.
O popular "merchan" em troca de "jabá".
RH da Globo emitiu "alerta"
Por meio de informantes internos, segundo esta coluna apurou, o departamento de Recursos Humanos e o "compliance" da Globo foram alertados.
Segundo as regras de "compliance" (regulamentações internas) da Globo, tal festa não poderia ter ocorrido com, digamos assim, "patrocínio".
É proibido que funcionários(as) da emissora obtenham qualquer tipo de benefício, façam permuta com empresas, marcas, ou recebam produtos de fornecedores —exceto se autorizados para tal.
Não foi o que aconteceu
Embora alegassem que foi uma festa com pessoas de fora da emissora, como atletas, toda a negociação para o "abastecimento alimentar" do evento foi feita justamente por uma funcionária da casa.
O "compliance" levou o caso adiante, até a direção, informando que regras internas haviam sido descumpridas.
A Globo, porém, optou em apenas advertir as convidadas identificadas nas fotos —por e-mail— para que isso não se repita.
Porém, a organizadora do evento levou uma advertência um tom acima, e pessoalmente. Foi avisada que será o último "aviso".
Outro lado
Procurada, a Globo enviou a seguinte nota sobre o assunto:
"O evento não era de funcionárias da Globo, mas uma comemoração entre atletas e profissionais de várias empresas, inclusive da Globo.
O episódio foi oportunidade, no entanto, para reforçarmos os Princípios Editoriais e o Código de Ética da Globo com as equipes."
O exemplo errado
Essa regra de não marcar empresas, fornecedores e serviços começou em 2017, e devido a uma injustiça.
Naquele ano, César Tralli casou com Ticiane Pinheiro e marcou três perfis em suas redes: do estilista de seu terno, dos organizadores da festa e do hotel onde ela ocorreu.
Bastou isso para rapidamente ser acusado na internet de ter recebido "jabás" no casório, o que nunca aconteceu.
À época, esta coluna checou com todos os envolvidos (inclusive o hotel), e apurou que tudo foi pago com emissão de notas fiscais. E sem nenhum desconto.
Mas, foi o suficiente para que, no dia seguinte, em pleno domingo, o diretor de Jornalismo da Globo emitisse uma nota interna (sem citar Tralli) advertindo que ninguém do departamento deveria marcar perfis de empresas e comércios em suas redes sociais.
Curiosamente, outra jornalista famosa da Globo (não revelaremos o nome) passou anos marcando perfis de vinhos, vinícolas e importadores em suas redes sociais. Posava de "enóloga" refinada.
Todos sabiam que ela era abastecida gratuitamente pelas empresas que ela destacava. No entanto, jamais serviu de exemplo para lições de "ética"
Ricardo Feltrin no Twitter, Facebook, Instagram e site Ooops
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