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Com sua igreja atravessando a maior crise financeira desde a fundação, em 1998, o pastor Valdemiro Santiago começou a fazer "merchandising" em sua TV aberta, a Mundial (que ele arrendou dos concessionários da ex-MTV em dezembro).
Além de permitir o "merchan", Valdemiro, que se diz ungido e capaz de curar doenças incuráveis, é o garoto-propaganda dos remédios aparentemente fitoterápicos.
Ele passa cerca de um minuto enaltecendo as qualidades da planta presente na medicação, e seus benefícios no estômago e nos intestinos.
Não pode, Arnaldo
Nesta quinta-feira (14), assim que terminou o "merchan", Valdemiro voltou a vestir a "pele" de milagreiro, ouvindo testemunhos de pessoas que se diziam curadas por ele, e de males indizíveis.
Uma idosa, por exemplo, disse que foi surda por 30 anos, mas depois de acreditar na palavra do autointitulado apóstolo, voltou a ouvir.
"Você está me ouvindo?", grita o pastor ao microfone, no palco. A senhora diz: "Sim!"
Segundo a legislação vigente de radiodifusão, em tese a TV Mundial não poderia ceder espaço para nenhum tipo de publicidade nem em sua TV e tampouco em suas rádios.
Isso porque a igreja é (teoricamente) uma entidade sem fins lucrativos.
Mesmo o "arrendamento" da TV Ideal (ex-MTV) pode ser questionado legalmente.
Crise na TV
A TV Mundial, do pastor, é o cerne da crise da igreja. Desde o ano passado, os funcionários já fizeram duas greves e ameaçam iniciar uma terceira, caso continuem com os salários, benefícios e FGTS atrasados.
Para tentar contornar o problema, dias atrás Valdemiro desafiou os fiéis (toda a igreja) a trazerem uma colaboração de R$ 100 para ajudar no pagamento dos "milhares" de funcionários da Mundial. A TV tem cerca de 100 funcionários.
Outro lado
Procurada, a Igreja Mundial não se manifestou até o momento da publicação deste texto. Há anos esta coluna tenta contato com a igreja, sem qualquer resposta.
A coluna também está tentando uma declaração do Ministério das Comunicação sobre a permissão de "merchandising" numa concessão arrendada por uma entidade sem fins lucrativos. Se e quando houver uma nota, este texto será atualizado.
Ricardo Feltrin no Twitter, Facebook, Instagram e site Ooops
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