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Resumo da notícia
- "JN" ainda é líder com folga, mas queda de ibope é consistente
- Dos 8 piores ibopes mensais da história, 4 foram este ano
- Falta de furos jornalísticos pode ser uma das causas
- Outra causa pode ser explosão das redes e do streaming
Se em 2021 o "Jornal Nacional" registrou seu pior índice de ibope no país em mais de cinco décadas —como esta coluna publicou com exclusividade em dezembro—, tudo indica que em 2022 a coisa será ainda pior.
Dados exclusivos do PNT (Painel Nacional de Televisão) obtidos pela coluna mostram que o "JN" já tem o menor índice de audiência num primeiro quadrimestre desde 1969.
No PNT, cada ponto de ibope equivale a cerca de 270 mil domicílios sintonizados. A análise da Kantar Media é feita nas 15 maiores regiões metropolitanas do país, e, no caso do "JN", vale de segunda a sábado.
Números
No primeiro quadrimestre de 2022, o "JN" está com média de 21,4 pontos e 35,1% de "share". É o menor "share" (ou participação de um programa no universo de TVs ligadas) de todos os tempos.
Até então, o pior começo de ano do "JN" havia sido no ano passado (25,8 pontos e 39,2% de "share").
Para o leitor entender como a situação é complicada: os quatro primeiros meses de 2022 estão entre os oito piores já registrados pelo "JN" (veja números abaixo).
Por quê?
Não é possível apontar, com certeza, o motivo da perda de público daquele que ainda é líder, maior audiência e considerado o mais importante entre os telejornais da TV brasileira.
Porém, é possível fazer uma ilação a respeito: o "JN" pode estar perdendo relevância porque, nos últimos anos, deixou de dar grandes furos jornalísticos.
A verdade é que boa parte do que o telejornal exibe já foi publicada na internet durante o dia.
A linha editorial também parece estar engessada há anos (quiçá, décadas); falta maleabilidade e às vezes nota-se um viés predeterminado (pela visão Globo do mundo)
Além disso, nos últimos dez anos houve uma explosão nas redes sociais, bem como o surgimento do streaming. Ou seja, as pessoas agora têm outras formas de se informar ou de passar o tempo.
Os números mostram que a queda de audiência definitivamente se aprofunda entre o ano passado e 2022.
A coluna procurou a Globo para um posicionamento. O espaço segue aberto.
Os 8 piores meses da história do "JN"
Em "share" (%) e pontos*
- Fevereiro 2022 - 34,4% e 20,9 pontos
- Janeiro 2022 - 34,4% e 21,1
- Março 2022 - 34,7% e 21,1
- Dezembro 2021 - 35,1% e 20,4
- Novembro 2021 - 35,4% e 22,1
- Outubro 2021 - 35,6% e 22,3
- Abril 2022 - 36,8% e 22,6
- Setembro 2014 - 36,9% e 23,3
Os 8 piores janeiro-abril do "JN"
Em "share" (%) e pontos*
- 2022 - 35,1% e 21,4 pontos
- 2021 - 39,2% e 25,8
- 2019 - 41,6% e 26,7
- 2017 - 43,0% e 28,4
- 2016 - 43,7% e 28,0
- 2015 - 44,4% e 26,4
- 2014 - 44,5% e 25,5
- 2018 - 46,9% e 30,8
Fonte: Dados consolidados da Kantar, obtidos pela coluna
* foi usado o "share" como indicador porque esse índice (participação do programa no universo de TVs ligadas) jamais se altera; ao contrário do ponto de ibope, que sofre alterações todos os anos devido aos ajustes e mudanças populacionais no país.
Outro lado
A coluna consultou a Globo para saber se a emissora gostaria de fazer comentários a respeito deste texto. Se e quando a Globo responder, terá seu lado incluído neste texto.
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