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O texto abaixo mostra hoje a cronologia completa, incluindo bastidores obtidos pela coluna, do caso envolvendo a acusação de Dani Calabresa e outras mulheres contra o ex-diretor da Globo Marcius Melhem por assédio sexual. Ele nega todas as acusações. "Lincham sem nem considerar a dúvida", disse ele, em entrevista ao UOL, em dezembro de 2020.
Segundo os autos da investigação, obtidos pela coluna, as mensagens de Melhem e Calabresa entre 2016 e outubro de 2019 mostram uma relação carinhosa e respeitosa de ambos, com direitos a flertes e referências eróticas.
Calabresa também o acusou de ter prejudicado sua carreira e a impedido de estrelar outros dois programas da Globo. Novas mensagens obtidas pela coluna mostram que ela foi barrada pelo DAA (departamento de Desenvolvimento e Acompanhamento Artístico) da Globo.
Outra atriz que o acusou de pedir sexo oral teve uma relação com ele por mais de um ano. Também nesse caso há várias mensagens de cunho erótico. Isso termina em dezembro de 2019, quando ela passa a integrar o grupo de acusadoras.
Na investigação que está em curso na Deam (Delegacia Especial de Atendimento à Mulher), no Rio, outras cinco mulheres acusam Melhem de assédio sexual e outra por assédio moral. Não há prazo para a conclusão do caso.
Segue a cronologia:
Outubro de 2019
É aprovado o projeto do "Fora de Hora", do qual Calabresa foi cortada em maio. Ela vai ao DAA da Globo e acusa Melhem de assédio moral. .
Novembro de 2019
Calabresa descobre que foi cortada do especial de humor de fim de ano, "A Gente Riu Assim". Ela volta ao DAA e passa a acusá-lo de assédio sexual e passa a contar com o apoio de mais duas atrizes e uma autora da Globo.
Dezembro de 2019
O assunto "vaza" na imprensa, que publica pela primeira vez que há uma investigação de assédio sexual contra um diretor da Globo.
Janeiro de 2020
O DAA remete o caso ao departamento de compliance da Globo e recomenda o arquivamento por falta de provas dos assédios. No fim do mês, Calabresa vai ao compliance e volta a acusar Melhem de assédio sexual e moral.
Fevereiro de 2020
O compliance começa a investigação do caso e começa a ouvir dezenas de testemunhas. No fim do mês, ele vai ao departamento para se defender.
Primeiro trimestre de 2020
Atrizes criam um grupo de WhatsApp para relatarem casos de assédio de que teriam sido vítimas por parte de Melhem.
Março de 2020
A investigação do compliance continua. Melhem sai de licença por cerca de quatro meses para acompanhar o tratamento de uma de suas filhas nos Estados Unidos.
Agosto de 2020
Melhem retorna à Globo, mas não mais como diretor, e sim como ator e roteirista, mas por poucos dias. Segundo a coluna apurou, é feito um acordo e ele deixa a Globo, que paga todos os seus salários e bônus até o final do contrato (que seria em fevereiro de 2021) e ainda divulga uma carta de agradecimento.
Dezembro de 2020
Sai matéria na revista piauí com acusações contra Melhem, com enorme repercussão. Melhem interpela Calabresa extrajudicialmente e pede que ela confirme ou negue as acusações publicadas na revista, mas ela se cala. O ex-diretor judicializa o caso e entra na Justiça Cível do Rio, com ação de calúnia e difamação contra Calabresa e a piauí. Exige da atriz R$ 200 mil em indenização.
Melhem dá entrevista ao UOL e a Roberto Cabrini, da RecordTV, e se defende das acusações. No dia 21, Calabresa entra no grupo de WhatsApp das acusadoras de Melhem e, no dia seguinte, faz seu primeiro depoimento à Ouvidoria do Ministério Público e reitera as acusações contra o ex-diretor.
Janeiro a agosto de 2021
Outras atrizes o acusam dos mesmos crimes; funcionários da Globo vão depor como testemunhas. Dessas testemunhas, ao menos cinco relatam nunca terem visto situações de assédio, mas afirmam ter "ouvido falar" por meio da atriz que depois o acusará de pedir sexo oral.
Agosto de 2021
Ouvidoria envia o relatório ao Ministério Público, que encaminha para abertura de investigação na Deam do Rio. Advogados de Melhem apresentam mensagens e provas contestando as acusações.
Setembro de 2021
O compliance da Globo arquiva o caso em definitivo. A informação foi publicada com exclusividade por esta coluna em 19 de janeiro de 2022.
Outubro de 2021 a junho de 2022
Deam ouve testemunhas de acusação e defesa. Ao final das investigações, encaminhará relatório ao Ministério Público, que pode pedir arquivamento ou abertura de ação penal contra Melhem. Quem decidirá esse pedido é a Justiça. Não há prazo para o desfecho.
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