Topo

Ricardo Feltrin

REPORTAGEM

Guerra judicial com Universal adia planos da Band para canal 21

Edir Macedo, líder da Universal, que ocupa 22 horas diárias no canal 21 - Danilo Verpa/Folhapress
Edir Macedo, líder da Universal, que ocupa 22 horas diárias no canal 21 Imagem: Danilo Verpa/Folhapress

Colunista do UOL

26/07/2022 00h09

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

O embate jurídico que o Grupo Band e a Igreja Universal do Reino de Deus vêm travando desde o final do ano passado já tem uma vítima: o futuro do canal 21.

Antiga emissora UHF (hoje no espectro digital), o canal 21 vem sendo ocupado pela Universal desde 2013, que até recentemente pagava cerca de R$ 11,7 milhões mensais ao grupo Band, por 22 horas diárias da programação.

O grupo moveu ação contra a igreja por suposto calote, que é negado pela Universal (veja mais ao final do texto).

O "novo" canal 21

Em fevereiro passado, a família Saad informou à Universal de Edir Macedo que não renovaria o contrato de "arrendamento".

Como esta coluna à época informou com exclusividade, a ideia do grupo midiático do Morumbi era criar uma programação ao estilo dos "velhos tempos" do 21: jornalismo ágil, muito espaço para prestação de serviços e uma grade voltada mais à Grande São Paulo e ao Estado.

Com a batalha judicial a todo vapor, a direção da Band já sabe que, ao menos em 2022, isso não vai acontecer. Tudo agora depende do fim do processo ou de um acordo amistoso na Justiça.

Para o Grupo Band ainda há um outro agravante: em pleno ano eleitoral, com um horário obrigatório que tira uma hora da programação das TVs abertas (e até 4 "breaks" comerciais), nenhuma emissora poderia abrir mão desses R$ 5 milhões (ou R$ 11,7 milhões) mensais.

São os milhões que farão diferença na hora de fechar o balanço. Principalmente para a Band.

Outro lado - Igreja Universal

A Universal informou a esta coluna que vem depositando cerca de R$ 5 milhões mensais na conta do canal 21, e o restante (cerca de R$ 6,7 milhões) em uma conta judicial.

A igreja afirma ainda que foi o canal 21 que descumpriu o acordo primário em 2013, que previa que a rede 21 investiria em seu crescimento no país.

A UNIcom (porta-voz da Universal) afirma que o Grupo Band recebeu do governo federal mais 46 concessões para ampliação da rede. No entanto, não iniciou nenhuma. Isso prejudica o alcance da evangelização (e a entrada de novos potenciais fiéis).

Outro lado - Band (canal 21)

A assessoria de Comunicação da Band enviou a seguinte nota à coluna:

"Não há qualquer descumprimento contratual da Rede 21. Pelo contrário. Os descumprimentos são todos da IURD, que insiste numa demanda sem possuir respaldo contratual, fático e jurídico."

Nota final da coluna:

Não há nenhum prazo para que a disputa travada entre igreja e o grupo paulista de comunicação tenha um desfecho.

Ricardo Feltrin no Twitter, Facebook, Instagram e site Ooops