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A TV por assinatura perdeu 166.148 pagantes em julho, segundo a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). Os números, que são oficiais e consolidados, sempre saem com dois meses de atraso.
A perda em julho representa mais que o dobro do que o setor perdeu em junho (80 mil), como esta coluna publicou.
Agora são 12.972.893 assinantes, contra 13.139.041 no mês anterior.
Volta no tempo
Em 12 meses já são 10% de clientes a menos na TV por assinatura no país. Desde seu auge, no final de 2014, já são cerca de 7,1 milhões a menos.
Ao retroceder à casa dos 12 milhões, o setor volta à base de assinantes que tinha cerca de 11 anos atrás.
Entre os motivos para a perda de pagantes estão:
- o modelo ultrapassado de oferta de pacotes com inúmeros canais que muitas pessoas não se interessam (como religiosos, ou esporte ou desenhos etc);
- a pirataria, que rapidamente se aproxima do número de pontos legalizados; já são cerca de 33 milhões de pessoas, ou cerca de 10 milhões de domicílios com TV pirata (dados do ano passado);
- a explosão do streaming, cuja assinatura é mais barata (paga menos impostos que a TV paga);
- a programação ruim e repetitiva da maioria dos canais;
- o preço dos pacotes, dada a qualidade baixa.
Como esta coluna publicou em junho do ano passado, se não mudar seu modelo atual, e a sangria de assinaturas continuar, até 2028 a TV paga deixaria de existir.
Mas, há outras possibilidades, como os canais lineares (como os da TV) passarem a ser oferecidos dentro de pacotes de streaming. Problema é saber se os assinantes manterão interesse com o volume de comerciais repetitivos exibidos hoje.
Ricardo Feltrin no Twitter, Facebook, Instagram, site Ooops! e YouTube
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