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Muralista de Nova York quer pintar 50 mil abelhas para ressaltar ameaça à espécie

Matthew Willey posa para foto diante de um mural seu em escola no condado de Buckinghamshire, na Inglaterra - Reuters
Matthew Willey posa para foto diante de um mural seu em escola no condado de Buckinghamshire, na Inglaterra Imagem: Reuters

Matthew Green

Da Reuters, em Londres

04/02/2021 16h06

Como muitos artistas, Matthew Willey suspirava para encontrar sua musa, sem imaginar que ela entraria voando pela janela de seu apartamento.

A abelha que zumbiu em seu quarto no final da primavera de 2008 fascinou tanto o muralista radicado na cidade norte-americana de Nova York que ele adotou a missão de ressaltar as ameaças crescentes aos insetos polinizadores pintando 50 mil deles à mão em edifícios de todo o mundo.

Tendo retratado mais de 5.500 abelhas em 30 murais e instalações nos últimos cinco anos, Willey diz que a experiência compartilhada da pandemia de coronavírus deixou as pessoas mais receptivas para o senso de interdependência que ele almeja evocar.

"Da depressão ou do vício à mudança climática, à poluição plástica nos oceanos e ao racismo sistêmico, é escolha nossa separar todos estes problemas interconectados em fragmentos que os tornam mais difíceis de resolver", disse Willey.

"Uma abelha está sempre levando em conta o bem-estar da colmeia. Ela é feita assim. Mas os humanos são feitos para escolher. Então precisamos escolher ver o quão conectados são todos os nossos problemas".

Antes concentrado principalmente em pintar murais em clubes noturnos, instalações esportivas ou casas de luxo, Willey pintou seu primeiro mural de abelha em um prédio de estuque estilo anos 1920 de LaBelle, na Flórida, em 2015. Os transeuntes começaram a doar dinheiro, comida e café para apoiar o projeto de dez semanas.

Desde então, Willey fez as abelhas dançarem em escolas, museus e edifícios municipais de San Diego a Washington DC. Em outubro, ele finalizou seu primeiro projeto internacional em uma escola do sul da Inglaterra.