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Filme "Paris, 13º Distrito" mostra outro lado da capital francesa em Cannes

"Paris, 13º Distrito" é drama francês sobre quadrado amoroso - Divulgação
'Paris, 13º Distrito' é drama francês sobre quadrado amoroso Imagem: Divulgação

Michaela Cabrera

15/07/2021 19h03

(Reuters) - "Paris, 13º Distrito", novo filme do diretor francês Jacques Audiar,d não mostra a Torre Eiffel, os prédios de Haussmann ou o Rio Sena.

Ele volta suas lentes ao 13º distrito de Paris, conhecido como a "Chinatown de Paris", onde ele já morou.

Com personagens inspirados nas graphic novels do artista americano Adrian Tomine, Audiard apresenta pessoas jovens, instruídas, mas desiludidas na busca de seus caminhos, e evita conscientemente os clichês cinematográficos sobre a divisão entre pobres e ricos na França.

"Eu queria falar da classe média, das pessoas que têm diplomas universitários e que de certa maneira obtiveram um nível de sucesso, mas que não tem lá muita coisa acontecendo com eles", disse Audiard em entrevista à Reuters na quinta-feira, um dia após a estreia de seu filme em Cannes.

"Les Olympiades" (título original) foi um dos 24 filmes na mostra competitiva pela Palma de Ouro na 74ª edição do festival de Cannes.

As filmagens durante a pandemia de Covid-19 ajudaram a atriz de primeira viagem Lucie Zhang a entrar em sua personagem Emilie, uma jovem mulher que luta para manter um emprego enquanto tenta não se apaixonar por sua companheira de apartamento.

"Durante a pandemia, estamos muito mais sozinhos, fechados e isolados. Então talvez isso possa trazer esse tipo de emoção nos personagens, inconscientemente", disse Zhang.

Audiard, que venceu a Palma de Ouro em 2015 com "Dheepan: O Refúgio", um filme sobre refugiados tâmeis na França, disse que é preocupante que alguns filmes franceses faltem com a representatividade multirracial. No filme, dois dos principais personagens — Camille e Emilie — são de famílias de imigrantes.