Em Cannes, 'Anora' tem objetivo de desestigmatizar trabalho sexual
Parte do objetivo do diretor Sean Baker ao fazer "Anora", um drama sombriamente engraçado e comovente sobre uma jovem dançarina exótica que se envolve com o filho de um oligarca russo, era remover o estigma que envolve o trabalho sexual, disse ele nesta quarta-feira.
"É importante explorar o que é o trabalho sexual na era moderna", disse Baker a jornalistas no Festival de Cinema de Cannes, onde o filme em competição estreou na terça-feira. "É uma carreira e um trabalho que deve ser respeitado".
O trabalho sexual deve ser descriminalizado e não regulamentado, pois "é o corpo de uma profissional do sexo, e cabe a ela decidir como usá-lo em seu meio de vida", disse.
"Anora" dá continuidade a uma série de filmes de Baker voltados para profissionais do sexo, incluindo "Red Rocket", de 2021, que entrou em Cannes, e "Projeto Flórida", de 2017, que ele não tem planos de interromper.
"Já estamos conversando sobre o próximo, que envolve uma profissional do sexo. Então, vamos ver o que acontece", afirmou.
"Anora" é estrelado por Mikey Madison como a personagem titular, que conhece Vanya, o filho imaturo de um oligarca russo com dinheiro aparentemente ilimitado, enquanto trabalha em um clube de striptease.
Vanya, interpretado por Mark Eydelshteyn, contrata Anora para ser sua namorada por uma semana, decidindo, por capricho, pegar seu avião particular para uma festa em Las Vegas, onde eles se casam. Essa decisão perturba tanto seus pais, que desaprovam o casamento, que eles vêm da Rússia para garantir que ele consiga a anulação.
"Conversamos muito sobre as cenas de sexo porque no roteiro você diria que eles fazem sexo. E então pensamos, ok, como seria isso?", disse Madison, lembrando que Baker e sua esposa e produtora Samantha Quan faziam demonstrações para eles.
"Nossa prioridade número um é manter nossos atores seguros, protegidos, confortáveis e envolvidos no processo", disse Baker.
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