Filme "Emilia Perez" combina cultura mexicana com melodias musicais

Por Rollo Ross e Danielle Broadway

LOS ANGELES (Reuters) - Para Zoe Saldaña, cujos pais eram imigrantes de língua espanhola nos Estados Unidos, ter a oportunidade de finalmente interpretar um papel latino de língua espanhola torna seu último filme, "Emilia Perez", bastante especial.

"No momento em que embarquei nessa carreira no cinema, raramente tive a oportunidade de interpretar uma latina completa que falasse fluentemente em espanhol de forma consistente em uma história", disse ela. "E eu ansiava por isso."

"Emilia Perez" é um filme musical de crime e comédia escrito e dirigido pelo diretor francês Jacques Audiard que se passa principalmente na Cidade do México.

Baseado no libreto da ópera de Audiard com o mesmo nome, "Emilia Perez" foi lançado no Reino Unido e na Irlanda na semana passada e chega aos cinemas dos EUA e do Canadá na sexta-feira. Ele será transmitido pela Netflix em 13 de novembro.

No filme, Saldaña interpreta uma advogada exausta, presa em um emprego sem saída, que ajuda o líder do cartel de drogas Juan "Manitas" Del Monte, interpretado por Karla Sofia Gascon, a fingir sua morte e fazer a transição de um homem para uma mulher chamada Emilia Perez.

O elenco também inclui a cantora Selena Gomez como Jessi Del Monte, a esposa do líder do cartel.

Para Gomez, interpretar Jessi permitiu que ela conectasse sua cultura e sua carreira de uma nova maneira.

"Essa é uma grande parte da minha vida com a qual não me senti conectada por um tempo, porque comecei a trabalhar aos sete anos e a maioria dos meus trabalhos era em inglês", disse Gomez.

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"Então, eu realmente senti que isso era importante."

Da mesma forma, por ser uma mulher transgênero, Gascon sentiu que retratar Emilia exigia uma abordagem autêntica.

Ela lembrou que Audiard disse que Emilia precisava ser sua própria pessoa, diferente de Juan.

"Eu disse a ele que se trabalharmos esses personagens de forma tão separada, distinta, as pessoas não acreditarão que isso é real. Então, o que fizemos foi trabalhar Manitas como Manitas, Emilia como Emilia", disse ela.

"Pense nisso como um cozinheiro adicionando ingredientes, ingredientes de Manitas e Emilia."

Compreendendo a riqueza cultural da Cidade do México e se apoiando no talento dos atores latinos, Audiard se viu no que chamou de "aventura coletiva" com todos que trabalharam no filme.

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"Era completamente novo, nunca havíamos feito um musical", disse ele.

"Cantávamos, dançávamos, tínhamos diálogos, cenários e tudo ao mesmo tempo, o que foi muito estimulante", acrescentou.

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